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Desde a Antiguidade, o homem se sente fascinado pela imensidão do céu estrelado (LEITE e HOSOUME, 2007, p.48) e admira-se ao contemplar um pôr do sol magnífico. Dessa forma, não só foi possível observar extasiantes belezas, como também surgiram indagações que culminaram na criação de teorias sobre o Universo. Dentre outros fatores, tal curiosidade, que sempre intrigou crianças, jovens e adultos, fez com que a Astronomia fosse considerada a primeira ciência a ser dominada pelo homem (DIAS, 2005, p.1). Pesquisas científicas têm revelado muito sobre o funcionamento do Universo ou cosmo. Por isso, a humanidade hoje o compreende melhor – dos minúsculos componentes da matéria até as vastas dimensões do espaço. Mesmo assim, o que resta ser descoberto foge à nossa imaginação.
Segundo Dias (2005, p.1), o ensino de Astronomia constitui-se de suma importância, como um recurso que pode ser usado no aspecto interdisciplinar. Esta ciência apresenta muitos temas que despertam a atenção e a curiosidade dos alunos e que fazem parte dos conteúdos propostos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). “Os conteúdos de Astronomia há muito tempo estão presentes de alguma maneira nos programas oficiais ou livros didáticos ao longo das reformas curriculares em nosso país” (BRETONES, 2006, p.14). Outros fatores que estimulam o uso de conteúdos relacionados com esta ciência são, por exemplo, o fato de ela desenvolver noções sobre o sistema de localização, o raciocínio lógico, escalas numéricas enormes e pequenas e “talvez seja a única ciência capaz de desvendar nossas origens e criar possibilidades de abandonar o planeta em caso de uma grande catástrofe.” (DIAS, 2005, p.1). Desse modo, é de suma importância o conhecimento de Astronomia.
Tal conhecimento foi e continua sendo historicamente construído pela cultura humana – conhecimentos científico-químicos – e deve ser veiculado pela instituição social chamada escola. Por meio da mediação docente, os alunos poderão ter acesso e se apropriarão desse conhecimento (SCHNETZLER, 2004, p.49).
A Química, enquanto ciência, tem o papel de causar:
a introdução das crianças e adolescentes a uma forma diferente de pensar sobre o mundo natural e de explicá-lo; é tornar-se socializado, em maior ou menor grau, nas práticas da comunidade científica, com seus objetivos específicos, suas maneiras de ver o mundo e suas formas de dar suporte às assertivas do conhecimento (DRIVER et al., 1999, p. 36).
Partindo desse pressuposto, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) recomendam o ensino desse conteúdo relacionando-o a outras Ciências, como a Biologia, a Física e a Astronomia, numa perspectiva interdisciplinar composta pelo “ensino de cada disciplina e do seu conjunto” (BRASIL, 1999, p. 207).
Com base nisso, é possível identificar a estreita ligação entre a Química e a Astronomia; tanto sob o aspecto da História da Ciência, como quando se refere aos próprios conteúdos específicos de ambas as disciplinas, como:
• A origem da luz (espectroscopia, diferentes tipos de radiação, concepção do átomo como onda-partícula),
• Reações nucleares,
• Composição química das atmosferas planetárias, dentre outros.
Fontes:
Monografia de: Jennifer Rocha Vargas. “A QUÍMICA DA ASTRONOMIA: CONTRIBUIÇÕES NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES NUMA PERSPECTIVA INTERDISCIPLINAR”, 2010, p. 20-22.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Brasília: Ministério da Educação, 1999.
BRETONES, P. S., A Astronomia na Formação Continuada de Professores e o Papel da Racionalidade Prática para o tema da Observação do Céu. Campinas, São Paulo, agosto de 2006. Disponível em: http://www.dme.ufscar.br/btdea/arquivos/td/2006_BRETONES_T_UNICAMP.pdf
DIAS, C. A. C. M. Inserção da Astronomia como disciplina curricular no Ensino Médio. Rio de Janeiro: Centro Federal de Educação Tecnológica - Pós-Graduação Lato-Sensu em Ensino de Astronomia, 2005. Disponível em : http://www.ebah.com.br/content/ABAAAADU8AI/insercao-astronomia-como-disciplina-curricular-ensino-medio
DRIVER, R.; ASOKO, H.; LEACH, J.; MORTIMER, E. e SCOTT, P. Constructing scientific knowledge in the classroom. Educational Researcher, n. 7, p. 5-12, 1994. Tradução de MORTIMER, E. Construindo conhecimento científico em sala de aula. Química Nova na Escola, n. 9, 1999. Disponível em: http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc09/aluno.pdf
LEITE, C., HOSOUME, Y. Os professores de Ciências e suas formas de pensar a astronomia. São Paulo: Revista Latino-Americana de Educação em Astronomia - RELEA, n. 4, p. 47–68, 2007. Disponível em: http://www.relea.ufscar.br/num4/A3_n4.pdf
SCHNETZLER, R. P. A Pesquisa no Ensino de Química e a importância da Química Nova na Escola. Química Nova na Escola, n° 20, NOVEMBRO 2004, Disponível em: http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc20/v20a09.pdf
Por Jennifer Fogaça
Graduada em Química
Equipe Brasil Escola