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Conhecendo os anuros

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Anfíbio anuro da família Dendrobatidae.

Anfíbios anuros (sapos, rãs e pererecas) nem sempre são vistos com muita simpatia: comportamento este reforçado durante muito tempo - na Idade Média, por exemplo, estes eram associados à bruxaria. Além disso, o aspecto rugoso de algumas espécies de sapos, além do veneno que alguns possuem (este que pode irritar olhos e mucosas), faz com que esses indivíduos estejam bem longe de terem simpatia de parte considerável das pessoas.

Assim como qualquer animal, anuros também merecem respeito e, para tal, saber sobre sua biologia é o principal aspecto necessário. Conhecer suas características, comportamento, hábitat e nicho ecológico são essenciais para que muitos preconceitos sejam quebrados. Dessa forma, o professor pode utilizar o momento em que abordará os anfíbios para trabalhar essas questões.

Sugiro que leve para a sala de aula uma rã (pode-se adquirir em criadouros), para que seus alunos visualizem o animal e possam compreender melhor suas características. Caso tenha medo/receio, pode ser interessante convidar um herpetólogo (pesquisador de répteis e anfíbios) para que apresentem essas questões.

Abaixo, algumas informações sobre esses animais:

Sapos, rãs e pererecas são classificações artificiais que damos aos anuros, sendo os primeiros caracterizados pela glândula paratoidea (em destaque, na imagem 1), tamanho maior e pele rugosa; as segundas por terem corcunda dorsal (imagem 2), pele lisa e pernas traseiras longas; e as últimas, por hábito arborícola, auxiliado pela presença de discos adesivos nas pontas dos dedos (imagem 3) (o que permite, também, por exemplo, que subam nas paredes do banheiro), tamanho diminuto e pele lisa.

Imagem 1, 2 e 3: Sapo, rã e perereca.

A maioria deles tem desenvolvimento indireto, com uma fase aquática na qual são denominados girinos. Para acasalarem-se, geralmente os machos cantam para atraírem fêmeas e, com o ato consumado, costumam fazer ninhos para depositar seus ovos. Anuros utilizam o canto, também, para defender territórios.

Quanto ao veneno dos sapos, este nada mais é que uma defesa que algumas espécies da família Bufonidae possuem, armazenados nas glândulas paratoideas, sendo liberado apenas quando o animal se sente ameaçado, ou quando esta é pressionada. Assim, não há motivo para pânico - até porque, caso ocorra tal liberação, as chances de atingir seus olhos, ou mucosas, é quase nula.

Entretanto, existem espécies de outras famílias, como a Dendrobatidae, que secretam veneno em sua pele. Estes, geralmente, apresentam coloração bem intensa, advertindo os predadores quanto a isso. Ao entrar em contato direto com algum, não há motivos para pânico: basta lavar as mãos e estará protegido.

Anuros possuem muitas características que os fazem úteis aos seres humanos, dentre elas a utilização da pele de rã para enxertos em pessoas que sofreram queimaduras graves; o potencial do veneno do sapo-cururu (Rhinella jimi) em curar a leishmaniose; o controle da população de mosquitos e pragas de plantação; a utilização da carne de rã (Lithobates catesbeianus) na culinária; a possibilidade do uso de substâncias sintetizadas pela rã Pseudis paradoxa no controle do diabetes; uso de espécies como a Xenopus laevis em pesquisas relacionadas ao desenvolvimento embrionário, sendo esta espécie, inclusive, muito utilizada na década de 50 para execução de testes de gravidez; dentre outros.

Como são dependentes da água, já que sua pele é bastante permeável, a poluição interfere diretamente em suas populações: isso os faz serem considerados importantes bioindicadores, mas também permitem com que sejam ameaçados de forma drástica.

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Por Mariana Araguaia
Graduada em Biologia
Equipe Brasil Escola