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Este é um assunto pertinente no alcance do papel formativo da matemática, cujo objetivo é preparar o aluno para a sociedade, a chamada cidadania. Contudo, o ensino da matemática pautado apenas para a matemática proporciona meios para a obtenção desses objetivos?
O que se pode notar nos alunos submetidos a esse ensino é a superficialidade de pensamento em diversas circunstâncias que exigem uma interpretação da resposta obtida ou até mesmo do enunciado. Não é o objetivo deste artigo, no entanto, argumentar acerca das inúmeras causas que levam o aluno a ter essa atitude diante da matemática, mas sim discutir a respeito dessa realidade e buscar uma metodologia que colabore para uma formação significativa dos alunos.
O que se observa no atual ensino da matemática é a grande preocupação em preparar os alunos para a prova do vestibular, alicerçando o ensino da matemática em métodos de resolução de problemas matemáticos. Porém, solucionar diversos problemas em uma aula não garante que haja uma compreensão sistemática e conceitual do que está sendo realizado e os “porquês” que levaram o professor a tomar certos caminhos na solução dos problemas. Essas atitudes inibem que o aluno trilhe um caminho independente, construindo suas convicções quanto aos conceitos matemáticos, ou seja, elas tornam o aluno dependente de tudo aquilo que o professor realiza em sala de aula.
Dessa forma, é possível perceber alunos dando respostas incoerentes, como por exemplo, áreas negativas, medidas de comprimento negativas, entre outros. Isso demonstra a falta de criticidade dos alunos quanto ao que se é aprendido na matemática. Portanto, os educadores devem ficar atentos a isso, de maneira que ocorra a construção desse senso crítico, uma vez que este só pode ser trabalhado se houver o diálogo e a reflexão em sala de aula acerca daquilo que está sendo ensinado. A matemática pela matemática se torna algo sem sentido, pois a matemática é uma ciência que busca auxiliar outras ciências e colabora para que o cidadão consiga compreender outros aspectos da vida, como: aplicação financeira, organização das finanças, economia familiar, determinar o valor da conta de energia, entre diversos outros aspectos com os quais o aluno irá se deparar em sua vida.
Portanto, durante a resolução de diversos exercícios, busque aqueles que são essenciais e que abarcam todos os conceitos que devem ser aplicados, pois, dessa forma, poderá haver reflexão e discussão de todos os procedimentos adotados na resolução do problema abordado, contribuindo tanto para os alunos que possuem facilidade e já até compreenderam o que foi realizado e também buscando alunos que estavam perdidos na resolução, não sabendo quais decisões foram tomadas para se obter aquele resultado final. Atitudes como essas contribuem para a construção do senso crítico matemático e colaboram para a realização de uma aprendizagem significativa.
Por Gabriel Alessandro de Oliveira
Graduado em Matemática
Equipe Brasil Escola