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Cotidiano das mulheres negras no Brasil Colonial

Exercendo tanto funções domésticas quanto comerciais, as mulheres negras no Brasil Colonial foram retratadas por Jean-Baptiste Debret, que mostrou seus trabalhos cotidianos.
Tocador de berimbau, em gravura produzida por Jean-Baptiste Debret (1768-1848)
Tocador de berimbau, em gravura produzida por Jean-Baptiste Debret (1768-1848)
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Pesquisas historiográficas realizadas nas últimas duas décadas, principalmente, têm dedicado uma especial atenção ao papel desempenhado pelas mulheres negras e escravizadas que viveram no período colonial e imperial do Brasil.

O objetivo desses estudos é apresentar uma nova dimensão da história brasileira, buscando focar o cotidiano dessas mulheres, destacando também o exercício por elas de importantes funções na sociedade construída a partir da chegada dos portugueses, e que teve na força de trabalho africana escravizada um de seus pilares.

Uma forma interessante de trabalhar com os alunos o cotidiano das escravas negras no Brasil pode ser encontrada na iconografia produzida pelo pintor francês Jean-Baptiste Debret (1768-1848).  Membro da Missão Artística Francesa que chegou ao Brasil durante o Período Joanino, Debret retratou de forma muito diversa as cenas que vivenciou durante sua longa estada no país.

A proposta de trabalho que segue pode ser iniciada com uma introdução pelo professor dos trabalhos historiográficos realizados sobre o cotidiano das escravas africanas no Brasil. Uma base para se desenvolver essa introdução pode ser encontrada nos trabalhos da historiadora Sheila de Castro Faria, que produziu estudos interessantes nesse sentido, principalmente na abordagem realizada sobre as sinhás pretas. Os escritos de Sheila de Castro Faria proporcionam ao professor elementos para realizar uma apresentação da vida cotidiana dessas mulheres.

Outra parte da introdução pode ser feita com a apresentação dos objetivos da Missão Artística Francesa no Brasil, como um dos esforços realizados por D. João VI para alterar o cenário cultural colonial após sua chegada em 1808. O papel desempenhado por Debret (que até os diais atuais sua produção artística é utilizada em pesquisas historiográficas) deve ser apresentado para mostrar a importância dos trabalhos desse pintor francês sobre a retratação de parte da história do país. É interessante também frisar aos alunos que a produção iconográfica de Debret representa o ponto de vista de um artista europeu, cuja formação realizada na França influenciou a forma em que ele retratou as cenas vistas no Brasil.

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A avaliação a ser pedida aos alunos pode ser feita através da elaboração de um pequeno texto, no qual eles apresentem a visão deles sobre as situações em que as mulheres escravas foram retratadas e também quais as atividades por elas exercidas.

Algumas sugestões de imagens seguem abaixo:

Gravura Banho de Cabelos, indicando um serviço estético já oferecido no século XIX
Gravura Banho de Cabelos, indicando um serviço estético já oferecido no século XIX
Gravura Baianas, retratando a venda de alimentos pelas ruas da cidade
Gravura Baianas, retratando a venda de alimentos pelas ruas da cidade
Coleta de esmolas para a Igreja do Rosário, mostrando o aspecto religioso da vida das mulheres negras no Brasil
Coleta de esmolas para a Igreja do Rosário, mostrando o aspecto religioso da vida das mulheres negras no Brasil
Casa de uma cigana, gravura que tem ao fundo outra atividade urbana desempenhada pelas mulheres: a lavagem de roupas
Casa de uma cigana, gravura que tem ao fundo outra atividade urbana desempenhada pelas mulheres: a lavagem de roupas
Família brasileira no Rio de Janeiro, onde podem ser percebidas as atividades domésticas realizadas pelas escravas
Família brasileira no Rio de Janeiro, onde podem ser percebidas as atividades domésticas realizadas pelas escravas


Por Tales Pinto
Mestre em História