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Debatendo os ciclos econômicos

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Mostre à turma a coexistência das atividades econômicas na Colônia.

Ao falarmos sobre a configuração da economia colonial, temos uma grande dificuldade em demonstrar de que maneira as atividades produtivas se desenvolveram no território brasileiro. Nesse sentido, damos especial atenção ao problema causado com a ideia de que a economia colonial tenha se desenvolvido por meio de ciclos econômicos. Geralmente, esse conceito vem sendo trabalhado em alguns livros de ensino fundamental e médio.

O problema desse conceito se manifesta em várias considerações, feitas oralmente em sala ou na resolução de provas, em que a turma não consegue estabelecer relações, paralelos ou contrapontos entre as atividades econômicas do mundo colonial. De forma geral, o conceito de “ciclo” carrega em si a equivocada noção de que as atividades econômicas na colônia aconteciam em separado e/ou somente se modificava quando uma atividade econômica se esgotava primeiramente.

Em termos práticos, notamos que alguns alunos, por exemplo, pensam que a economia açucareira entrou em crise e consolidou sua total ruína nos fins do século XVII. Depois disso, nas primeiras décadas do século XVIII, os colonos descobriram o ouro, que fora extraído e comercializado até o completo esgotamento das minas. Por fim, as plantações de café haveriam surgido na região Centro-Sul para, dessa maneira, fechar a última atividade agrícola explorada pelos colonizadores.

Sabendo que essa noção em estanque não tem sustentação documental para ser validada, notamos a necessidade que o professor tem em produzir atividades que esclareçam a coexistência das várias atividades econômicas presente no período colonial. Dessa forma, frisamos a importância da elaboração de atividades que exijam a comparação de cada uma das modalidades econômicas nascidas no vasto território colonial brasileiro. Como sugestão, recomendamos um paralelo entre a pecuária e a atividade açucareira.

Para tanto, o professor de História pode combinar uma pesquisa em que cada aluno possa frisar as similitudes e diferenças de cada uma destas atividades. De modo geral, seria cobrada a comparação entre os tipos de propriedades utilizadas para cada uma das atividades, as regiões em que surgiram e a natureza das relações de trabalho. Com isso, o aluno perderia essa noção de que a economia colonial teria sido “dividida em fases”.

Com objetivo de finalizar esse verdadeiro “processo desmistificador”, o professor também deve fornecer informações ou algum tipo de quadro estatístico que mostre a produtividade de diferentes atividades agrícolas coloniais ao longo de um mesmo período. Por meio desse tipo de dado numérico, comprovaria a ineficácia do modelo cíclico e, talvez, poderia oferecer a mesma fonte para o desenvolvimento de atividades relacionadas aos conteúdos de Matemática.


Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

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