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Dica de aula sobre Pré-história brasileira

Uma aula sobre a Pré-história brasileira pode ser muito interessante se pensada a partir da riqueza de sítios arquelógicos como os da Serra da Capivara, do Piauí.
O Parque Nacional da Serra da Capivara, situado em São Raimundo Nonato, Piauí, é um dos mais ricos em arte rupestre do mundo *
O Parque Nacional da Serra da Capivara, situado em São Raimundo Nonato, Piauí, é um dos mais ricos em arte rupestre do mundo *
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Quando se ensina o conteúdo de Pré-história, principalmente para o Ensino Fundamental, o professor, geralmente, acaba esquecendo-se de evidenciar a riqueza dos grandes sítios arqueológicos brasileiros. Neste texto sugerimos que o professor dê destaque ao Parque Nacional da Serra da Capivara, que fica na cidade de São Raimundo Nonato, no estado do Piauí, na região do Nordeste Brasileiro.

O Parque Nacional da Serra da Capivara foi fundado em 1979 após muitos trabalhos arqueológicos que foram feitos ao longo da década de 1970 e liderados pela arqueóloga Niède Guidon. O parque conta com dezenas de sítios arqueológicos com milhares de pinturas rupestres, bem como com estudos sobre a megafauna (animais gigantes pré-históricos) que habitava essa mesma região. Um dos caminhos possíveis para a abordagem desse tema seria o professor de História traçar uma estratégia de aula interdisciplinar, junto aos professores de Ciências e de Artes, para explorar esses aspectos.

O uso de fotografias e dos inúmeros vídeos de reportagens feitas por grandes emissoras de TV a respeito desse parque, que estão disponíveis na internet, pode também auxiliar o professor a ilustrar a riqueza dos sítios arqueológicos brasileiros. A partir de um estudo criterioso sobre tais sítios – que pode ser feito, por exemplo, a partir do livro Pré-história do Nordeste do Brasil, de Gabriela Martin –, o professor de história pode expor aos alunos do Ensino Fundamental alguns dados sobre os tipos de pinturas e de cerâmicas encontrados nos sítios, bem como a datação de cada uma delas, evidenciando o estilo de cada leva de homens que por ali passou ao longo de milênios.

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Outro recurso interessante seria levar à sala de aula as teorias conflitantes que várias correntes da Arquelogia defendem com relação à povoação do continente americano, como a teoria da passagem pelo Estreito de Bering, situado entre o Alasca e a Rússia. As descobertas empreendidas pelos pesquisadores do Parque Nacional da Serra da Capivara derrubaram várias dessas teorias. Pesquisadores como Flávio Parenti, que foi orientado por Niède Guidon, defendem que a presença humana na região da Serra da Capivara remete a 48 e 60 mil anos.

Como diz Cristiane Delfina, em reportagem para a Revista Com Ciência, “as evidências de que a ocupação na América do Sul é anterior a 12 mil anos não significam que não houve a passagem pelo Alasca, mas que outros trajetos também podem ter sido percorridos.”. Delfina deixa uma questão: “Como, então, responder a essas questões que nos remetem a um passado que o próprio tempo muitas vezes apaga?” Ao fim da aula, o professor pode propor aos alunos que escrevam um pequeno texto sobre a importância do estudo da Pré-história brasileira para entender a origem do homem em escala universal, levando em conta esse questionamento da jornalista da revista citada.

*Crédito da imagem: Commons


Por Me. Cláudio Fernandes