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Elaborando uma boa prova de Geografia

A prova de Geografia pode deixar de ser um momento de tensão para tornar-se um espaço de aprendizagem.
A aplicação de provas é sempre um momento de tensão. Mas precisa mesmo ser sempre assim?
A aplicação de provas é sempre um momento de tensão. Mas precisa mesmo ser sempre assim?
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Muitas vezes, uma avaliação escrita soa como um momento de desespero ou apreensão por parte dos estudantes. Para eles, responder às questões de uma prova significa “se dar bem” ou “se dar mal”. Percebe-se, então, que muitas vezes a representação de uma avaliação, para os alunos, está relacionada ao desempenho e qualidade das respostas e não propriamente à aprendizagem dos conteúdos ministrados.

Mas engana-se quem acha que os medos e dificuldades relacionados às provas são apenas dos alunos. Os professores também sofrem, pois muitas vezes não sabem como ou que tipo de prova aplicar para os aprendizes. Em alguns casos, as condições estruturais, a falta de tempo ou o excesso de alunos em uma classe podem se tornar grandes obstáculos. Dessa forma, podemos perceber que elaborar e responder às provas podem ser uma experiência ruim tanto para discentes quanto para docentes.

No caso do professor de Geografia, algumas particularidades precisam ser consideradas. Por ser uma ciência que se preocupa com as transformações do espaço geográfico, é dever do professor elaborar um método de avaliação que esteja relacionado ao contexto de mundo ao qual o aluno está inserido, o que nem sempre é fácil de ser realizado.

Apesar de não existir uma “receita de bolo” para elaborar provas de Geografia, seguem abaixo algumas dicas que poderão auxiliar o professor nesse processo.

Primeiramente, é interessante traçar previamente os objetivos da avaliação, ou seja, mesmo que rapidamente, antes de elaborar uma prova, torna-se produtivo para os professores fazer uma lista daquilo que eles esperam que os seus alunos tenham compreendido ao longo das aulas. Recomenda-se que os objetivos não sejam ao estilo “decoreba”, mas sim visando ao processo de compreensão como um todo.

Um exemplo de objetivo a ser evitado: verificar se o aluno sabe todos os tipos de relevo e suas características. Este pode ser substituído por: avaliar se o aluno consegue relacionar os tipos de relevo existentes com a dinâmica superficial da Terra.

Em segundo lugar, recomendamos que o professor elabore a prova em uma linguagem clara e objetiva. Tente enxergar a avaliação como se fosse o seu próprio aluno e veja se está sendo claro. Facilitar a compreensão do aluno com uma linguagem mais precisa – sem se tornar muito informal – pode ser um grande trunfo para uma prova de qualidade.

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Além disso, no caso da Geografia, procure utilizar o máximo de imagens, notícias, charges ou outros instrumentos que permitam ao aluno relacionar o tema com o contexto ao qual está inserido. Esses instrumentos são poderosas armas para “espacializar” ou “mundanizar” a avaliação, ou seja, levar os seus conceitos para além da sala de aula.

Por exemplo: ao invés de perguntar o que é a Nova Ordem Mundial, o professor poderá utilizar uma notícia relacionada ao tema que introduza o assunto para, então, perguntar: “com base na notícia acima apresentada, explique a dinâmica da Nova Ordem Mundial”.

Outro fator importante é considerar o tempo que os alunos levarão para fazer a prova. Muitas vezes, o professor elabora provas muito curtas ou muito longas. No primeiro caso, o aluno praticamente não reflete sobre o que foi perguntado, além de a aula ficar ociosa durante um bom tempo. No segundo caso, as provas muito longas tornam-se um verdadeiro martírio para o aluno, tornando a avaliação penosa e cansativa. A ideia é encontrar um meio-termo.

Um bom método também é variar o estilo das questões. Por exemplo: uma prova com quatro itens poderá ter uma questão de múltipla escolha, outra subjetiva, outra de relacionar colunas com imagens e uma de completar palavras cruzadas. Nessa hora, vale a criatividade do professor, que não deve se esquecer dos itens acima mencionados.

Para a Geografia, é sempre importante o uso dos mapas. Para isso, é necessário que os alunos tenham realmente a capacidade de lê-los. Por vezes, antes de aplicar uma avaliação, vale a pena revisar alguns temas da cartografia que poderão auxiliá-los a responder às questões sobre outros assuntos e que apresentam mapas em sua composição.

Como já dissemos, não há uma fórmula pronta e acabada sobre como elaborar uma prova de qualidade. Sendo assim, conversar com outros professores ou, até mesmo, pedir a opinião e sugestão dos alunos sobre como deveriam ser avaliados podem ser medidas interessantes para melhorar e aprimorar os métodos de avaliação em sala de aula.


Por Rodolfo Alves Pena
Graduado em Geografia