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Ensino Contextualizado da Matemática

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O ensino da Matemática era considerado um processo de transmissão de símbolos matemáticos, propriedades e técnicas, fórmulas e demonstrações de teoremas que culminavam na prática exarcebada de exercícios e problemas típicos, em que o estudante se tornava um depósito de informações. Partindo desse aspecto negativo, no final do séc. XIX, matemáticos interessados pelo ensino de Matemática nas escolas iniciaram um movimento em defesa de um ensino articulado e voltado para pesquisas científicas.

O objetivo desse movimento era explicitar que o ensino da Matemática não está somente ligado à memorização de fórmulas, sentenças, propriedades e definições, e sim à capacidade de leitura e compreensão de textos, os quais são uma mistura da língua falada com os símbolos e as relações matemáticas. Essa nova maneira de ensino-aprendizado valoriza a experiência sociocultural do aluno, enfatizando os conhecimentos adquiridos durante o decorrer de seu amadurecimento.

Com a implantação de tais fundamentações surgia uma nova maneira de expressão, a Educação Matemática, que enfatizava que a Matemática surgia a partir da cultura dos povos, dessa forma foi denominada Etnomatemática. Esse termo aborda que existem Matemáticas e o que aprendemos na escola é apenas uma delas. A forma como a Etnomatemática foi introduzida gerou alguns conflitos, mas atualmente ela é totalmente aceita e trabalhada em sala de aula, onde vemos claramente resultados positivos, pois ela objetiva a valorização do conhecimento social adquirido pelo estudante.

Os livros didáticos foram aos poucos se adequando ao novo modelo matemático, abordando textos de forma contextualizada e interdisciplinarizada, criando conexões com inúmeras situações cotidianas. Assim, o aluno obteve o privilégio de perceber a amplitude do saber matemático, aumentando seu campo de conhecimento. Cabe ao professor elaborar tarefas no intuito de envolver o aluno em um processo de construção de resultados e não meros executores e reprodutores de situações mecânicas.

As atividades devem abordar hipóteses, capazes de serem testadas, comprovadas e confrontadas na resolução de problemas. Ao utilizar seus conhecimentos matemáticos para refletir sobre uma situação e testar seus raciocínios, o estudante estará formulando e apresentando suas estratégias para resolver problemas, estratégias que, quando apreciadas, justificadas e aceitas, poderão compor o conjunto de novos conceitos para resolver novas situações problemas, num processo de idas e vindas que nunca termina.

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Por Marcos Noé
Graduado em Matemática
Equipe Brasil Escola