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Na atualidade, a demanda por aulas interdisciplinares aparece como um reflexo de um novo modelo de educação que avança nos corredores da academia e da escola. Até pouco tempo, o conhecimento científico esteve centrado na valorização de especialistas em uma determinada área. Ou seja, com o passar do tempo, teremos a presença e a formação de vários profissionais que não conseguem refletir ou discutir questões importantes para fora de sua área de conhecimento.
Determinados em romper essa situação sectária, os professores devem elaborar aulas que abram espaço para a interferência de outros colegas de profissão. Mais que uma simples novidade didática, a interdisciplinaridade deve ser encarada como um importante modo de se transformar a mentalidade dos alunos. Na verdade, essa forma de se encarar o conhecimento tem um grau de interferência na formação do educando capaz de acompanhá-lo pelo resto da sua vida.
Partindo desta perspectiva, oferecemos a possibilidade de trabalho em uma aula envolvendo o imperialismo e o desenvolvimento da química no século XIX. Para que esse contexto seja exposto, ofereça aos alunos a leitura do trecho abaixo:
"A exploração europeia na Ásia e na África, intensificada na virada do século XIX para o século XX, deveu-se em grande parte aos avanços científicos e tecnológicos do período. Graças ao barco a vapor, os europeus puderam penetrar com maior facilidade pelo interior dos continentes; a descoberta do quinino, alcaloide extraído de arbustos e utilizado como remédio, reduziu o elevado número de mortes por causa da malária, doença que afetava os europeus no seu avanço pelo território africano." - AZEVEDO, Gislaine & SERIACOPI, Reinaldo. História. Ensino Médio. São Paulo: Ática, 2005, p. 335.
Por meio desse texto, podemos ver que a exploração imperialista esteve intimamente ligada ao desenvolvimento da indústria e das tecnologias que pudessem ampliar as possibilidades de exploração de regiões cada vez mais longínquas. Nesse aspecto, o imperialismo pode ser pensado como uma condição histórica e política na qual diversas áreas do conhecimento se desenvolveram de modo expressivo, tanto para o avanço da indústria como no próprio processo de dominação dos espaços asiático e africano.
Feitas essas considerações, podemos continuar a aula em questão explorando as informações que possuam relação com a química, uma das áreas de conhecimento impulsionadas no contexto imperialista. Em trabalho conjunto ou alternado com o professor de química, o professor tem condições ideais de trabalhar um material de apoio explorando as características dos elementos alcaloides e salientar as particularidades do composto quinino.
Nesse sentido, a aula pode retornar ao seu conteúdo histórico ao debater as dificuldades que envolviam a penetração dos países imperialistas no espaço afro-asiático, além das doenças, como a citada malária, o professor também pode discutir as situações de conflito que envolviam tal empreitada. Feita essa outra consideração histórica, a aula pode ser encerrada com a intervenção ou a complementação de um professor de Biologia que faria uma explanação sobre a malária e suas características.
Sem dúvida, podemos ver que este documento abre espaço para a realização de uma aula interdisciplinar envolvendo diferentes campos de conhecimento. Para que os resultados sejam devidamente reforçados, recomendamos a preparação de um roteiro de atividades ou uma lista de exercícios que combine simultaneamente questões de cada um das matérias privilegiadas na aula.
Por Rainer Sousa
Mestre em História
Equipe Brasil Escola