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Escolha dos livros literários para o ano letivo

A escolha dos livros literários para o ano letivo pode deixar em dúvida os educadores. A faixa etária dos alunos deve estar entre os critérios de escolha.
A escolha dos livros literários é um importante passo para despertar nos alunos o interesse pela leitura
A escolha dos livros literários é um importante passo para despertar nos alunos o interesse pela leitura
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Mal termina o ano letivo e já começamos a preparar o próximo, certo, professores? Uma infinidade de listas de livros chega às nossas mãos e, então, recebemos a incumbência de escolher o material que usaremos com nossos alunos: livros didáticos, literários, paradidáticos... As editoras iniciam uma verdadeira maratona para conquistar nossa preferência, oferecendo diversos títulos, o que nos deixa um pouco confusos, pois nem sempre temos tempo para analisar livro por livro.

Diante dessa situação, como devemos proceder? Escolher aleatoriamente, sem muitos critérios, e correr o risco de optar por um material inconsistente, ou pensar bem em nossas escolhas, analisando os livros cuidadosamente, já que eles serão nossos parceiros durante todo o ano letivo? Bom, parece óbvio que a segunda opção é a melhor e mais prudente, mas nem sempre dispomos de todo o tempo que a tarefa exige. Contudo, vale a pena dispensar nossa atenção e cuidado na escolha daquele que será nosso material de apoio, parceiro em nossas atividades educativas.

Professor, alguns critérios devem ser levados em consideração, mas existe um critério que precede todos os outros: os livros, especialmente os literários e paradidáticos, devem respeitar a faixa etária de cada turma, ou seja, devemos ter o cuidado de adequar os títulos aos interesses de nossos alunos. Não seria um desastre escolher um título cujo tema aborda o universo infantil para uma turma de pré-adolescentes? Imagine só a aplicabilidade de uma aula sobre esse livro. Imaginou? Certamente não teríamos sucesso, visto que a leitura de um livro cujo assunto não interessa ao leitor não seria prazerosa, pelo contrário, seria um exercício massante, uma verdadeira tortura.

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Quantos de nós, durante nossa vida escolar, deparamo-nos com livros que não nos diziam absolutamente nada? Não que eles fossem ruins, pelo contrário, muitos de nós tivemos em mãos livros de Machado de Assis ainda nas primeiras séries da segunda fase do Ensino Fundamental. É claro que estávamos diante de um dos maiores gênios da Literatura mundial, mas como seríamos maduros o suficiente para compreendermos temas complexos e um vocabulário tão erudito? O que fatalmente, salvo raras exceções, acontecia? Machado de Assis e outros ilustres escritores tornavam-se alvo de nossa completa aversão, minando, assim, qualquer possibilidade de conhecermos obras-primas de nossa literatura, e tudo isso porque não estávamos preparados para esse “encontro”.

Portanto, é importante que os títulos sejam interessantes não só aos nossos olhos, eles precisam ser interessantes e significantes para os nossos alunos. Para descobrir o que é interessante, vale um bate-papo, sempre é bom conhecer melhor os meninos e meninas com os quais convivemos, saber sobre seus anseios e predileções. Os pequenos folheiam gibis e livros ilustrados, os adolescentes leem romances e aventuras, provavelmente, quando adultos, terão alcançado tal nível de maturidade literária que estarão preparados para os clássicos da Literatura. O que é conveniente para você nem sempre é o mais adequado para os alunos naquele momento. Pense que, oferecendo títulos que estejam de acordo com a maturidade intelectual da turma, a probabilidade de que ela se apaixone pelo ato de ler é bem maior!


Por Luana Castro
Graduada em Letras