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Há tempos, o alarde em torno da epidemia de gripe suína fez com que milhares de pessoas se atentassem para alguns hábitos que eram simplesmente ignorados. Diariamente, a notícia de novas mortes provocava uma verdadeira peregrinação às farmácias em busca de máscaras e produtos que pudessem evitar os efeitos mortais daquela doença inédita. Para os mais apreensivos, esse seria o prenúncio de uma calamidade de proporções dantescas.
Aproveitando desse cenário recente, o professor pode falar sobre os impactos que a Peste Negra causou na Europa Medieval. Antes disso, é necessário destacar as condições necessárias para que essa terrível doença chegasse ao ponto de aniquilar aproximadamente um terço de toda a população europeia. Feito esse primeiro quadro geral, sugerimos ao professor a exposição do seguinte relato sobre os impactos experimentados por essa epidemia medieval.
“Tão grande era o número de mortos que, faltando os caixões, os cadáveres eram postos em cima de simples tábuas. Não foi só um caixão que recebeu dois ou três mortos simultaneamente. Também não aconteceu uma vez apenas de esposa e marido, ou dois e três irmãos, ou pai e filhos, serem enterrados na mesma cova (...)
Para oferecer sepulturas à grande quantidade de corpos que se encaminhavam a qualquer igreja, todos os dias, quase toda hora, já não era suficiente a terra dos sagrados cemitérios; ainda menos era possível encontrar um lugar próprio para cada corpo, conforme o antigo costume. Por isso passaram a construir igrejas nos cemitérios, pois todos os lugares estavam cheios, ainda que alguns fossem muito grandes.
Colocavam nessas igrejas, às centenas, os cadáveres que iam chegando; e eles eram empilhados como as mercadorias nos navios (...)” – Giovanni Boccaccio (ADAPTADO)
Por meio dessa breve passagem, os alunos podem ver que o poder de destruição provocado pela Peste Negra foi, no mínimo, assustador. As péssimas condições de higiene das cidades medievais e a proximidade com os corpos infectados fizeram com que a doença se espalhasse rapidamente pelo Velho Mundo. Assustados, muitos acreditavam que a calamidade seria um prenúncio do fim dos tempos ou uma espécie de castigo ordenado por Deus.
Ao realizar esse panorama, o professor pode requisitar dos alunos uma tabela comparativa entre a Peste Negra e a Gripe Suína. Entre outros pontos, exija a coleta de informações referentes aos sintomas, as formas de contágio, as mudanças no cotidiano e a quantidade de óbitos causados por cada uma das epidemias. Através dessa atividade, é possível realizar o intercâmbio de informações entre o conhecimento histórico e as ciências biológicas.
Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola