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Muitos educadores e especialistas em educação têm a grande preocupação em inserir a prática da leitura no cotidiano de seus alunos. No entanto, muitos não sabem lidar com a falta de interesse dos alunos mediante uma atividade fundamental para o desenvolvimento do conhecimento e das capacidades reflexiva e interpretativa dos alunos. No entanto, podemos tentar sanar essa dificuldade quebrando a barreira que vincula obrigatoriamente o processo da leitura ao processo de alfabetização.
Para tanto, seria interessante abrir espaço para que as creches se tornem um primeiro lugar onde as narrativas sejam apresentadas aos alunos. Esse tipo de atividade incentiva os propensos leitores a estimularem a sua imaginação e associarem o contato com o mundo letrado a uma situação prazerosa e edificante. Mais do que tratar de um simples condicionamento, a leitura e o contar histórias nessa fase do desenvolvimento infantil ativa setores primordiais ao desenvolvimento infantil.
Após realizar esse tipo de atividade com a criança em seus primeiros meses de vida a criança, por volta dos dois ou três anos de idade, acumula uma lembrança psicoafetiva em que reconhece e se projeta nas características de determinados personagens. Mediante a um ganho de tamanha significância, o agente educativo (ou os próprios pais) devem ter o cuidado de selecionar histórias onde exista uma diversidade narrativa condizente com o grau de desenvolvimento da criança e, ao mesmo tempo, não emita juízos de valor inapropriados ao mundo da criança.
Dessa maneira, ao escolher uma determinada obra, dê preferência àquelas onde se encontram elementos visivelmente atrelados ao universo infantil. Brinquedos, animais, objetos lúdicos tem grande eficácia nesse processo de identificação e interesse à narrativa contada. Outro fator de suma importância é a presença de ilustrações grandes e coloridas que excitem e ampliem o arsenal de figuras e objetos armazenados pelas crianças.
Além de tomar cuidado com essas características do livro, o “contador de histórias” também tem importante papel para que a concentração e a escuta atenta das crianças sejam privilegiadas. Um dos grandes frutos dessa nova experiência pode ser comprovado no momento em que as crianças começam a preferir que certas histórias sejam contadas mais de uma vez. Esse tipo de situação manifesta o elo do pequeno a uma situação internalizada e indica o desejo de reviver uma situação previsível e confortável.
Dessa maneira, podemos enxergar a importância da leitura na mais tenra idade. Não podemos garantir que, com isso, teremos uma safra fértil de futuros leitores. No entanto, podemos contribuir imensamente para que o desenvolvimento intelectual da criança estabeleça relações com gestos, emoções, imagens e tons de fala adquiridos nesse tipo de experiência.
Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola