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Imaginando a África

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O imperialismo e a miséria na África: uma relação pouco debatida nos meios de comunicação.

A questão do imaginário é uma proposta recente no estudo da História e, algumas vezes, chega até mesmo a ser refutada enquanto instrumento de análise do passado. Contudo, existe uma boa possibilidade de se trabalhar essa questão em sala de aula, aplicando esse recente conceito acadêmico para o ambiente escolar. Uma forma interessante de aplicar essa proposta pode ser contemplada quando os alunos, principalmente do 8º e 9º ano, estudam o processo de descolonização do continente africano.

Para tanto, o professor deve sugerir uma atividade de pesquisa onde os alunos busquem a opinião de várias pessoas sobre os problemas do continente africano. Nesse primeiro trabalho é importante salientar que os alunos devem destacar que termos foram utilizados para se representar os problemas do continente. Ao mesmo tempo, peça para que os alunos questionem a esses mesmos entrevistados quais seriam as causas de todos esses problemas que atingem a África.

Coletando esse tipo de informação, o professor tem condições de formular um quadro sobre como as pessoas pensam a situação do continente. Dividido entre as representações e as origens dos problemas africanos, o quadro pode apontar quais os principais problemas ligados à África e as origens que justificaram o conjunto de problemas que atingem esse lugar. Dessa maneira, o professor pode questionar quantas pessoas vincularam a miséria na África com a questão imperialista dos séculos XIX e XX.

Caso seja percebida uma discrepância entre as justificativas históricas trabalhadas no decorrer das aulas e as explicações dos entrevistados, o professor pode questionar o porquê dessa diferença. Por meio do debate, abre-se uma excelente oportunidade para se discutir como as pessoas reconhecem os problemas africanos, mas não costumam relacioná-los com a história recente dessa região. Assim, o professor aponta para os alunos a diferença entre o que foi vivido e o que se é imaginado sobre a situação africana.

Nesse aspecto, o professor deve ter o cuidado de salientar que essa diferença não pode ser explicada pelo fato das pessoas “mentirem” sobre aquilo que não conhecem bem. O contrário disso, o professor deve debater porque existe esse distanciamento entre os problemas africanos e o imaginário dos indivíduos. Nesse respeito, pode-se questionar a qualidade das notícias que nos chegam sobre a África, salientando o papel dos meios de comunicação nessa falta de informações coerentes sobre o tema.


Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

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