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A metodologia do ensino predispõe de um conjunto de situações e ações que permite a construção eficiente e coerente do conhecimento. Entretanto, existem ações que nos parecem simples ou refutáveis, como a simples observação que, em virtude de preconceitos, não é levada em consideração durante a elaboração de um plano de aula ou de um projeto de pesquisa.
Devemos nos recordar sempre que algumas das maiores descobertas científicas foram iniciadas graças à simples observação. Para exemplificar, podemos relembrar algumas situações interessantes:
- Newton observando o cair da maçã. Evento comum e até mesmo insignificante, mas permitiu ao cientista iniciar o pensamento que originou seu conceito sobre a força da gravidade.
- Jenner já era um importante cientista, mas ao observar que os ordenhadores contaminados com a varíola bovina se imunizavam contra a varíola humana, permitiu a ele organizar e posteriormente realizar experimentações que levaram ao entendimento de parte do processo de imunização ativa e o desenvolvimento do pioneiro meio de vacinação.
- Fleming também já trabalhava com bactérias na busca por antibióticos, mas graças ao acaso e esquecimento, algumas de suas placas forma contaminadas por fungos. Ao ver seu material perdido, Fleming observou que nas placas onde havia fungos houve a morte das bactérias, formando grandes anéis em volta destas. Essa simples observação instigou Fleming a analisar o fungo e a substância em questão. Do fungo examinado, do gênero Penicillium, foi extraída a penicilina que salvou milhares de vidas nas guerras e permitiu o conhecimento que conduziu a medicina a uma revolução.
A observação assume não apenas o papel sensorial de ver, mas permite a formação de uma técnica que gera pensamento crítico e construtivo nos alunos, propicia momentos de elaboração de hipóteses e formulações de conclusões, contribuindo, assim, para a aquisição de conhecimentos práticos associados à teoria.
Entretanto, para obtermos êxito na utilização da observação como método didático, devemos propor objetivos e metodologias que permitam aos alunos compreenderem a finalidade daquela experimentação. Podemos assim considerar como relevante:
- Definir um objetivo para a ação antes da realização da atividade.
- Apresentar a proposta aos alunos e juntamente com eles organizar um roteiro para atividade.
- Viabilizar um ambiente que permita a concentração.
- Conduzir os alunos a questões e instigá-los a pensar sobre determinados pontos mais importantes.
- Promover momento de avaliação condizente com a atividade, baseado nos objetivos traçados originalmente e no roteiro criado junto com os alunos.
Não podemos esquecer que os momentos de avaliação são importantes para que o próprio aluno pondere se conseguiu atingir o objetivo que é, neste caso, aprender a aprender. Permita, durante a realização do instrumento avaliativo, um espaço para uma autoavaliação, na qual o aluno poderá relembrar os momentos vivenciados e destacar os momentos de aprendizado. Valorize sempre os pontos positivos e o conhecimento adquirido!
Ao final da atividade, que pode ser desde uma visita a um museu até a ida a uma biblioteca, esperamos que os alunos tenham desenvolvido melhor a capacidade de observar, gerando uma melhor percepção e atenção aos detalhes e permitindo a estes valorizarem eventos cotidianos antes considerados comuns.
Fabrício Alves Ferreira
Graduado em Biologia
Equipe Brasil Escola