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Olimpíadas, racismo e Alemanha Nazista

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As vitórias de Jesse Owens colocaram um ponto de interrogação nas teorias raciais nazistas.
As vitórias de Jesse Owens colocaram um ponto de interrogação nas teorias raciais nazistas.

Em muitas situações, observamos que o oferecimento de uma explicação teórica não atinge seus objetivos fundamentais sem a exposição de situações ou exemplos em que a ideia exposta seja trabalhada. Não se limitando ao campo da História, tal problema desafia os professores que, a cada dia que passa, são colocados à frente de turmas com um grande número de alunos e um espaço de tempo para o trabalho dos conteúdos, cada vez menor.

Trabalhando os conteúdos relativos ao nazismo alemão, vemos que alguns alunos, muitas vezes não abarcam a totalidade das teorias raciais que envolviam este movimento. Em diversas situações, muitos alunos se limitam a enxergar que os nazistas empreenderam uma grande perseguição aos judeus por considerar estes, responsáveis pelos problemas da Alemanha. Desse modo, sugerimos a exposição de um relato que expõe os outros limites do racismo nazista.

Privilegiando a ideia de trabalhar casos concretos, indicamos ao professor o desenvolvimento das Olimpíadas de 1936. Nesse evento, a Alemanha de Hitler fora designada para a realização dos jogos em Berlim. Ciente da dimensão internacional do evento, os representantes do Estado nazista não só buscavam a realização de um evento que promovesse o progresso do novo governo, mas também estabelecer na competição esportiva uma forma de reafirmar a superioridade do povo alemão.

Salientado esse contexto, demonstre aos alunos o relato de uma curiosa situação, ocorrida durante o evento olímpico, por meio dessa citação:

“Era 1936. A Olimpíada. Os jogos de Hitler. Jesse Owens acabara de completar o revezamento 4 X 100 e conquistou sua quarta medalha de ouro. A história de que ele era subumano, por ser negro, e da recusa de Hitler a lhe apertar a mão foi alardeada pelo mundo afora. Até os alemães mais racistas ficaram admirados com os esforços de Owens, e a notícia de sua proeza vazou pelas brechas.” (ZUSAK, Markus. A menina que roubava livros. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2008, p. 41)

Nesse relato, o professor pode empreender uma interessante atividade de investigação em que os alunos descubram o enredo dessa pequena história narrada. Nesse caso, faça um roteiro de questões em que cada um deles pesquise sobre a biografia do atleta Jesse Owens, defina a relação do nazismo com as demais raças e qual foi o significado da vitória de um atleta negro naqueles jogos olímpicos de Berlim.

Respondendo a esses questionamentos, o aluno terá a oportunidade de compreender mais claramente, que o ideário nazista determinava que os arianos constituíssem uma raça superior a todos os demais povos. Ao mesmo tempo, tem a capacidade de discernir que a vitória de um atleta negro expunha não só o racismo inerente ao nazismo, bem como a sua ineficácia frente à capacidade que Jesse Owens teve em conquistar várias medalhas de ouro.

Dessa forma, além de expor as questões do contexto trabalhado, o professor aproveita dessa mesma discussão para destacar a fragilidade que o comportamento racista possui na vida cotidiana. Com isso, fica evidente que o estudo do passado também exerce um espaço significativo na formação de cidadãos críticos e capazes de exercerem o respeito aos seus semelhantes.


Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

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