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Depois de iniciar sua aula, um professor trabalha com um conjunto de informações extenso em sala. As explicações expositivas e os textos didáticos predominam entre os instrumentos de repasse do conhecimento a ser oferecido em sala de aula. Ao longo de uma aula, vários termos e expressões são utilizados sem que o docente perceba que o arsenal de termos por ele dominado não é o mesmo do aluno.
No decorrer de uma aula a mensagem transmitida pelo educador acaba tendo uma série de falhas que podem colocar em risco toda uma matéria lecionada. Por isso, é de fundamental importância que o professor em sala de aula se preocupe em prestar atenção em cada um dos termos utilizados no seu cotidiano escolar. Isso em momento algum significa exigir do educador um tipo de linguagem infantilizada que corresponda ao universo de conceitos internalizados por seus alunos.
A função do professor é colocar em ação novas possibilidades de conhecimento aos seus alunos e, por isso, a questão aqui levantada não se limita a simples adaptação ou esquivo de determinados termos proibidos. A cada termo novo inserido em um texto ou na própria explicação do professor, podemos abrir espaço para uma breve pausa onde o aluno entra em contato com uma nova idéia expressa em palavras. Essa prática pode ser simples ou enfadonha, mas oferece um campo de possibilidades muito enriquecedor.
Questionando o conhecimento dos alunos em relação ao significado de determinado termo, estabelece-se um estímulo à imaginação do aluno. Algumas vezes uma definição errada tem por trás de si a construção engenhosa de uma nova explicação por parte do indivíduo. No momento em que tenta “decifrar” a significação dos termos, o aluno ativa e relaciona todo seu conhecimento à procura de uma possível resposta. Com isso, podemos enfraquecer aquela idéia de que o erro seja sinônimo de incapacidade ou limitação.
Essa pequena sabatina também pode incentivar o aluno a naturalizar o uso do dicionário em sala de aula. À medida que a consulta se transforma em rotina, os alunos terão mais facilidade para realizar outros tipos de pesquisa a serem propostas em outros tipos de conteúdo apresentados. Por isso, fica aos educadores um alerta sobre o cuidado e, principalmente, sobre o aproveitamento daquilo que é dito em sala de aula.
Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola