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Postulados metodológicos inerentes ao ensino da Gramática

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Mediante sua atuação, o educador passa a conviver com experiências desafiadoras, algumas positivas, outras nem tanto. Esse compartilhar de desafios revela, sobretudo, um aprendizado constante, pois ao se deparar com “inegáveis” obstáculos, ele, diante de sua competência, sempre se mostra apto a seguir por caminhos que o conduzem rumo à concretização de seus reais objetivos – o feedback tão almejado como sendo fruto de seu laborioso desempenho.

Dentre essas experiências, ora concebidas como negativas, figura-se o ensino gramatical, visto que notórios indícios apontam que tal prática, na maioria das vezes, se mostra fadada ao fracasso. Resultado este em decorrência de “meras” decorebas, principalmente no que tange às temíveis regras. O fato é que os educandos não as assimilam da forma como deveriam e, em consequência disso, a Língua Portuguesa, para eles, tão somente se torna algo estigmatizado.

Os referidos pressupostos parecem revelar um fato que ainda impera no ambiente escolar – a educação com base na simples transmissão de conhecimentos, em que o professor se mostra como “o detentor destes”, e o aluno “supostamente” os capta. Todavia, no momento de colocá-los em prática, todo aquele aprendizado parece esvair-se como num passe de mágica. Assim, a afirmativa ganha força de expressão quando comparada às ideias de Paulo Freire, retratadas por:

O educador é o que educa; os educandos, os que são educados; o educador é o que sabe; os educandos, os que não sabem; o educador é o que pensa; os educandos, os pensados; o educador é o que diz a palavra; os educandos, os que a escutam docilmente; o educador é o que disciplina; os educandos, os disciplinados; o educador é o que opta e prescreve sua opção; os educandos os que seguem a prescrição; o educador é o que atua; os educandos, os que têm a ilusão de que atuam; o educador escolhe o conteúdo programático; os educandos, se acomodam a ele; o educador identifica a autoridade do saber com sua autoridade funcional, que opõe antagonicamente à liberdade dos educandos; estes devem adaptar-se às determinações daquele; o educador, finalmente, é o sujeito do processo; os educandos, meros objetos (Freire, 1983, p.68).

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Diante de um quadro tão evidente, há que se fazer menção aos postulados construtivistas, os quais revelam que a eficácia dos resultados partem do princípio de que o aluno é sujeito ativo de sua própria aprendizagem. Assim, com base nessa premissa, surge a necessidade de se reaver algumas práticas pedagógicas e, para tanto, algumas considerações elucidadas a seguir tendem a funcionar como importantes subsídios.

Conteúdos gramaticais relacionados à ortografia e concordância são casos representativos que efetivamente se adequam à recorrente prática. Assim sendo, torna-se altamente sugestivo que o educador se paute pela seguinte proposta:

- Primeiramente, a atividade a ser delegada será uma atenta observação no que se refere à publicidade de um modo geral, tais como banners, outdoors, cartazes, faixas, letreiros em geral, entre outros, na tentativa de capturar “possíveis” desvios linguísticos. Exemplos que bem retratam tal condição, são expressões do tipo:

Essas expressões, assim como outras, compartilham do cotidiano de muitos.

- Após constatados, esses desvios terão que ser devidamente registrados. Sugere-se assim que sejam fotografados e posteriormente discutidos por meio de um debate ou quem sabe... até de um seminário.

- Realizado esse procedimento, é chegado o momento de elencar todas as discussões, de modo a atribuir as devidas reformulações no que se refere aos casos ora demonstrados.

Diante disso, o que se espera é que os alunos, após tomarem contato com alguns fatos, percebam a importância de adequarmos nosso discurso às situações formais, tanto no que se refere à oralidade quanto à escrita. E o que é mais importante: o fato de eles terem constatado isso na prática, chegando à conclusão de que a língua não é senão um organismo vivo e atuante.

Por Vânia Duarte
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola