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Afinal de contas, quem começou com essa história? Pois é falida e errada e devemos alertar o inventor!
O problema é que essa filosofia de que devemos “falar como nativos” parece estar consagrada!
Professores pensam assim, alunos mais ainda! A ideia de que se tem que “morar fora” para aprender o inglês já virou modismo. As escolas de idiomas se entusiasmam ao colocar no anúncio ou propaganda “professor nativo” ou até mesmo “professor estrangeiro”. Não é errado ser nativo, o problema é a didática! Muitos sabem falar, mas não sabem ensinar, pois não tiveram formação pedagógica, tampouco contato com a sala de aula! No entanto, se tiveram e são formados, aí sim, a história toda muda. Caso contrário, é o mesmo que um falante de português ir dar aula no exterior, não é porque ele sabe falar e escrever na língua que necessariamente está apto a entrar em sala e ensinar!
Mas o que acontece é que os que não são naturais da terra do Tio Sam ou do Tony Blair se sentem incapazes para ensinar!
O inglês, por exemplo, já perdeu a nacionalidade, ou seja, é mais falado por estrangeiros do que por nativos. Se a pronúncia exemplar e o sotaque hollywoodiano eram cobrados, agora são apenas possibilidades de fala existentes e nossos alunos precisam saber disso! Afinal, mesmo nos países em que o inglês é o idioma oficial, existem formas diferentes de falar, por causa do regionalismo, assim como no Brasil. Portanto, esse idealismo sobre a pronúncia perfeita é simplesmente um modismo.
Assim, se fôssemos à África do Norte, do Sul, na Dinamarca, Japão, Austrália, Havaí encontraríamos pessoas que estudaram e se formaram, mas com maneiras diferenciadas de se expressarem em inglês.
Logo, o que importa é a comunicação. Se é feita com facilidade e destreza ou não, é só uma questão de nível de aprendizado. Há aqueles que se habilitaram ao ensino e os que estão aprendendo. Por isso, é normal encontrarmos níveis de domínio de conteúdo diferentes. Então, não existe uma pronúncia certa, mas sim entendida. Ensinamos de um modo, mas sem a cobrança exaustiva de um patamar tido como certo!
O que não pode continuar é este misticismo de que só é apto a ensinar quem “morou fora”, pois o inglês, hoje, também tem nacionalidade brasileira.
Por Sabrina Vilarinho
Graduada em Letras Português Inglês
Equipe Brasil Escola