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Trabalhando a Sexualidade

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É papel da escola alertar sobre gravidez precoce e
doenças sexualmente transmissíveis

Conversar sobre sexo com adolescentes não é fácil, mas se faz necessário, pois por volta dos dez anos de idade as crianças começam a valorizar o assunto, até mesmo porque seu corpo está se modificando.

O tema deve ser abordado com naturalidade, mas através de aulas planejadas e organizadas, levantando vários tipos de informações.

Um projeto sobre o assunto é uma excelente forma de se trabalhar. Alguns livros podem orientar o desenvolvimento de uma boa atividade, afinal, se pautar nas teorias é ainda a melhor forma de valorizar o trabalho de pesquisa na escola.

É de grande relevância informar as famílias sobre o tema que será abordado, a fim de evitar problemas com pais mais rígidos, que não gostam de falar sobre o assunto ou acham que a escola acaba incentivando a sexualidade quando discute o tema. É importante esclarecer que existem as necessidades da idade, que as pessoas precisam se conhecer, saber dos riscos que correm com doenças, dos perigos da internet através das relações virtuais, etc.

O primeiro passo é conversar com a turma, fazendo uma prévia pesquisa sobre as dúvidas, curiosidades, se existe interesse no tema, etc. Muitas vezes tentamos direcionar um assunto, mas os alunos estão mais interessados em coisas da atualidade, então o melhor é ouvi-los.

Caso o tema seja aceito, é importante propor que pesquisem e levem os materiais para a aula, a fim de iniciarem as discussões. Na aula seguinte, peça que cada aluno apresente o material pesquisado, o que considera importante para oferecer aos colegas. Depois da explanação das pesquisas e todo o material, podem começar confeccionando cartazes informativos para serem distribuídos pelo pátio da escola.

A divisão dos temas qualifica ainda mais o trabalho. Um grupo monta seu cartaz sobre o aparelho reprodutor, outro grupo sobre sexualidade e descoberta do corpo, outro grupo sobre gravidez e gravidez na adolescência, outro sobre doenças sexualmente transmissíveis, e o último sobre métodos anticoncepcionais, etc. Tudo vai depender dos temas levantados pelos estudantes e das reportagens levadas para a sala de aula.

A partir da aula seguinte, o professor se torna o coautor da apresentação dos assuntos, com explanação dos mesmos a fim de orientar os alunos, esclarecer dúvidas, informar. As aulas devem ser diferentes, com transparências, apresentações de vídeos, filmes, textos, relatos de experiências, jovens que engravidaram, o sofrimento e as limitações da gravidez na adolescência, a seriedade das doenças sexualmente transmissíveis, abuso sexual, pedofilia, hormônios masculinos e femininos, masturbação, mudanças no corpo, o respeito e o amor nas relações sexuais, as fofocas e os mitos, assuntos da atualidade, homossexualismo, etc.

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Alguns livros podem orientar sobre o assunto e são muito interessantes para os jovens. Liliana e Michele Iacocca são autoras do livro “O Planeta Eu, conversando sobre sexo”, da editora Ática. O livro faz uma abordagem muito clara sobre o assunto, tendo dois personagens principais, um menino e uma menina, que vão conversando sobre sexualidade e descobrindo novas informações.

Filmes também são excelentes formas de informação, e muitos alunos não tem acesso aos mesmos, além de transformar a aula em um momento de cinema, com direito a pipoca e tudo mais. Regras da Vida trata de aborto, Jefrey de caso com a vida fala da AIDS. Garota Interrompida e Garotos não Choram abordam sexualidade, com tema adulto. É preciso pedir autorização da coordenação da escola para decidir sobre o filme a ser exibido, pois muitos pais não permitem tal conteúdo. Além disso, é bom ter cuidado, pois os meninos podem ficar em “situação de perigo”, afinal, nessa idade os hormônios estão à tona. É melhor que o filme não tenha cenas de sexo.

A apresentação dos métodos contraceptivos é muito importante, desde os mais simples até os mais complexos. O professor se encarregará de levá-los para a sala de aula. Algumas escolas possuem os kits de ciências que já vem com os mesmos. São camisinha masculina, camisinha feminina, diafragma, espermicidas, cartela de anticoncepcional, adesivos, injeções, DIU (Dispositivo Intrauterino), laqueadura e vasectomia.

São vários temas que podem ser desenvolvidos dentro do projeto, mas todos aqueles que forem de maior interesse dos alunos devem ser registrados para uma exposição ao final, como os cartazes das pesquisas. Ao final do projeto, os alunos poderão montar um estande no pátio da escola e apresentar para a comunidade escolar tudo que foi pesquisado e aprendido.

Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola