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A partir de 2010 todas as escolas do Brasil devem ter se adaptado ao novo currículo da educação fundamental, passando-o para nove anos de duração.
Tal modelo foi implementado visando maior tempo das crianças brasileiras dentro das escolas, assegurando que todas elas passarão pela etapa da alfabetização, antes feita na educação infantil.
A mudança veio também para modificar a estrutura político educacional das escolas públicas, que ingressavam alunos não alfabetizados em escolas de ensino fundamental, causando grandes prejuízos aos mesmos. Com isso, o processo de alfabetização agora é responsabilidade do ensino fundamental e tem que funcionar, não dá mais para mascarar essa etapa tão importante de aprendizagem.
Porém, sabe-se que as estruturas de nossas escolas públicas não estão adequadas para receber essas crianças tão pequenas. Se já faltam salas de aula em algumas escolas, como inserir mais uma turma de alunos dentro da instituição? Será que terão condições de construir e adquirir os materiais necessários para a demanda? O governo liberará verbas para aquisição de mobiliários e outras necessidades? Quanto? Que previsões fazer? As crianças de seis anos poderão se envolver com alunos com mais de quinze anos nos horários de entrada, recreio, saída e passeios? Como montar uma matriz curricular adequada? Teremos cursos de aperfeiçoamento profissional para lidar com os pequenos?
Não se pode aceitar que a escola entre na exigência da Lei sem se adaptar, mas é necessário que o governo se comprometa com essa mudança, dando condições para alterarem suas estruturas, promovendo cursos de capacitação para os profissionais, atualizando-os ao novo modelo.
Mais uma vez veremos gestores e professores sendo culpados pelos insucessos advindos do novo modelo de educação, pois a sociedade cobra diretamente deles. No caso do fracasso, quais serão os culpados, quem assumirá as responsabilidades?
Diante dessa possibilidade, deve-se ressaltar que a classe de profissionais da educação deve se ajustar às exigências, além de criar condições de se defender perante os problemas que surgirão. Devem assumir suas responsabilidades com fervor, sem resistência, mas oferecendo o que tem de melhor para acrescentar à educação.
A mudança deverá contar com o apoio de todos, é claro, pois trará benefícios à população, para uma faixa etária de crianças que antes ficava fora da escola, abrindo novos caminhos, trazendo novos rumos para a educação do país.
Contudo, terão que dispensar tempo para ajustarem as grades curriculares, montando matrizes de língua portuguesa (oralidade), matemática (números e operações), história (cultura e sociedade) e ciências naturais (corpo humano e saúde), segundo o disposto na Lei. Além disso, organizar ambientes que deem continuidade aos momentos vividos na educação infantil e na infância.
Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola