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No confronto com a diversidade educa-se para a descoberta do diferente e para o respeito com o outro. Na voracidade do consumo, forma-se para discernir entre o necessário e o supérfluo. Perante a multiplicação da violência, conquistam-se corações para a paz.”Roberto Carneiro.
Pessoas são decididamente indivíduos sócioculturais, criadores e transformadores. Apesar das diferenças culturais e dos distintos modelos de constituição, em função das características humanas, a família sempre teve o papel capital de prover, resguardar e educar as crianças, oferecendo condições para que estas se tornem indivíduos e possam viver em sociedade. A família é o alicerce do desenvolvimento do sujeito. Cabe a ela a incumbência de socialização dos seus filhos. É por meio desse relacionamento , que a criança congrega modelos de interações que irão guiar suas ações de convivência por toda a sua existência. Sua forma de afeto, de compartilhar, de se relacionar, seus valores, assim sendo, seu modo de agir como ser humano, será resultado da experiência relacional de seu intercâmbio familiar.
A socialização se dá por meio de dois processos básicos: o de socialização primária e o de socialização secundária. Socialização primária é aquela a que se estabelece e se aperfeiçoa na infância em meio a fortes vínculos afetivos.
Socialização secundária é aquela que ocorre nos grupos de interação a partir da escolarização (e não necessariamente, só por meio dela) , através de múltiplos procedimentos e de identificação.
O ideal é dizer que quando uma criança entra para a escola, os pais devem entrar também,na acepção de considerarem que o seu apoio é fundamental, motivador e essencial para a criança. São várias as funções que são atribuídas à família como instituição social. É a família que motiva e ocasiona as nossas primeiras relações afetivas e sociais, e onde ocorre a maior parte das aprendizagens que realizamos. A família é uma instituição que proporciona a socialização primária e a educação durante a infância e adolescência. De acordo com Pierre Boudieu os “princípios organizadores do comportamento”,são adquiridosatravés da socialização primária determinada pelas relações familiares.
Ao ingressar na escola, a criança é fruto da socialização familiar, já tendo incorporado atitudes que são compartilhadas com outros indivíduos socializados de forma idêntica. Ao entrar para a escola a criança integra novos esquemas de percepção do mundo social. Aprende, que viver em sociedade é, viver com o outro, e é também viver em função de preceitos, princípios, valores, construindo, nesse processo, a identidade do “Eu”, que o agrega a um grupo social, e ao se interagir , se distingue do conjunto e se faz diferente do outro.
Temos na educação infantil uma das fases mais privilegiadas para auxiliar a criança a criar hábitos de solidariedade e de cooperação, que em parceria com a família deve buscar a motivação em desenvolver hábitos de partilha, de justiça, de verdade, de respeito por si e pelos outros, de consideração pela diferença e pelo bem comum.
O grande viés na educação infantil é a interação criança-criança e criança - adulto por meio da brincadeira, favorecendo a vivência afetiva e a socialização da primeira infância.O desenvolvimento pessoal e social, abrangendo os três eixos: conhecimento de si e do outro, movimento, e brincar, nos proporcionam a oportunidade única de ratificar e ou resgatar os princípios organizadores do comportamento.
Ref: TEDESCO, J.C. O novo pacto educativo.
Amélia Hamze