É comum, hoje em dia, vermos namorados planejando o casamento, porém sem a intenção de formar uma família maior ou sem a pretensão de ter filhos. Muitos alegam que o mundo está com péssima qualidade de vida e que têm medo da violência; outros querem apenas um filho, pois não terão tempo em ter outros, ou seja, desde o princípio não se dispõem a destinar parte do seu tempo à família.
A mulher perdeu o perfil de dona de casa, que antes ficava por conta de cuidar do seu lar, tendo que conquistar espaço no mercado de trabalho para ajudar nas finanças da casa.
Trabalhar mais é a opção do mundo moderno, extremamente consumista, que tem aberto mão de valores humanos na busca de valores materiais.
Com isso, os filhos passaram a ser deixados sob a responsabilidade de outras pessoas, como empregadas e avós. Sem contar aqueles que não têm esses familiares ou empregados à disposição, tendo que freqüentar berçários ou creches, perdendo ainda mais a vinculação afetiva da família e de pessoas conhecidas.
Em cada esquina é possível ver crianças dando birras para conseguirem ganhar coisas supérfluas, mesmo que não precisem. A palavra de ordem dos pequenos é “eu quero”, sendo que ninguém consegue argumentar e mostrar que não há necessidade de ganhar o objeto. E compram, e compram, e compram.
As crianças tornam-se consumistas porque seus pais as deixam assim, fazem delas pequenos reizinhos, mimados, cheios de vontades e que mandam em todos, seja na família, nos empregados, nos avós e até nos professores.
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Os pais pensam que os presentes compensam a própria ausência, tentando mascarar a pouca dedicação, e não enxergam que afeto, carinho, atenção, compreensão e doação são sentimentos insubstituíveis, principalmente para o mundo infantil.
E nessa “cilada social”, temos presenciado o aumento de jovens que se envolvem com drogas, que entram para o mundo da criminalidade, que ficam marginalizados diante da sociedade, não assumindo compromisso com os estudos, sem perspectiva de um futuro que poderia ser promissor.
O trabalho deve servir para trazer dignidade à vida dos homens e não para escravizá-los pela matéria, nem tampouco destruir suas famílias ou envaidecê-los pelo status que o dinheiro oferece.
É preciso deixar o discurso de lado e começar a repensar as melhores formas de se constituir uma família, planejar um futuro de paz e amor para os filhos, quais as conquistas humanas que todos deverão alcançar.
Ter medo da violência ou pensar que a natureza estará ainda mais destruída são formas de mascarar a falta de compromisso com a família, é tentar desviar a culpa de suas responsabilidades. Sem contato com valores humanos a vida torna-se amarga e cruel. Pensem nisso!
Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola