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Fracasso e Evasão Escolar

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Comumente, enquanto educadores, respondemos a questionamentos relacionados aos motivos que levam ao fracasso e a evasão escolar dos nossos alunos. Os meios de comunicação, os ambientes de pesquisa educacionais, as secretarias de educação e a comunidade escolar se questionam sobre seus papéis na resolução deste processo que desencadeia consequências negativas para toda a sociedade, como violência, desemprego e baixa autoestima dos indivíduos.

Devemos ter em mente que este problema não teve uma origem e por isso não terá um fim por si só, não estando simplesmente vinculado às políticas públicas governamentais, à desestruturação das famílias ou ainda a problemas cognitivos dos alunos. Seria mais uma soma de vários fatores.

O fracasso escolar e a consequente evasão, denotam o próprio fracasso das relações sociais que se expressam na realidade desumana que vivenciamos em nosso cotidiano, no qual a distância formada pela teoria e a prática desafia nossa inteligência, como por exemplo, quando se estuda sobre as medidas de higiene para se evitar doenças em locais onde a água está contaminada e não existe o mínimo de saneamento básico, uma contradição cruel.

Mas o que podemos fazer para amenizar este problema?

Devemos, enquanto agentes sociais destinados à educação, buscar desempenhar corretamente nosso papel, mas para isso devemos buscar promover algumas iniciativas que consideramos ser positivas neste sentido. Ações como:

- Avaliar nossos alunos qualitativamente, buscando identificar aqueles com maiores dificuldades, promovendo com estes acompanhamento mais próximo. Desta forma, podemos dar mais tempo àqueles que necessitam e podemos promover nos demais alunos, com menos dificuldade, a capacidade de ajudar os outros e a autonomia em relação ao seu aprendizado.

- Conhecer o material didático, buscando, através dos recursos pedagógicos e da criatividade, torná-lo instrumento para minimizar as dificuldades. Por pior ou melhor que sejam os materiais disponíveis não devemos nos limitar a estes! Buscar recortes de figuras, criação e leitura de histórias, encenação de atos teatrais, elaboração de práticas científicas, construção de gráficos, releitura de obras de arte, tudo isso e muitas outras que nossa criatividade permitir, deve ser nosso instrumento de trabalho.

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- Organizar ou reorganizar o currículo para promover conteúdos que sejam significativos, independentemente do tempo e do período, atendendo às necessidades dos alunos. Não é o currículo escrito e a sequência dos livros que determinam qual a necessidade de saber dos alunos. Temas atuais ou dúvidas devem ser discutidos o mais breve possível. Com isso, podemos minimizar os efeitos da desinformação dos nossos alunos e também de suas famílias. Enfermidades e gravidez precoce são algumas consequências que podem ser evitadas.

- Avalie o desempenho do aluno baseado em sua dificuldade. Utilize meios alternativos de promover os instrumentos avaliativos permitindo que seus alunos demonstrem o que aprenderam de forma mais agradável. Se não existe uma só forma de aprender, não há também uma só forma de ensinar e de se avaliar. Organize atividades em grupos e promova ações individuais. Respeite as diferenças e lembre-se que aqueles que têm maior dificuldade, nem sempre aprendem na mesma velocidade dos outros.

Não iremos, com isso, construir redes de esgoto ou água tratada, nem impedir que as famílias se fragmentem, mas iremos fazer com que nossos alunos tenham, enquanto estiverem na escola, uma educação que seja destinada exclusivamente para eles.

Fabrício Alves Ferreira
Graduado em Biologia
Equipe Brasil Escola