A relação qualidade x quantidade tem sido mais discutida entre os educadores ultimamente. O que é normal, uma vez que a reprovação praticamente não existe mais com a educação por ciclos!
A repetência é justificada muitas vezes por um processo de aprendizagem baseado em quantidade. O que isso significa? Significa que se o aluno não alcança determinada média, é reprovado. Não que uma média final mínima hoje não exista, mas o fato do estudante não a atingir recai sobre o professor. Por quê? Porque este deverá justificar a reprovação através de documentação avaliativa, a qual deve ser escrita ao longo do ano letivo. Só o motivo da nota baixa não cabe mais! E por que isso é tão complicado? Porque se a escola adota a progressão continuada tem duas opções: o de negligenciar as estratégias avaliativas que o sistema de ciclos aponta ou de segui-las.
Só a justificativa de que o aluno não se saiu bem nas provas não é mais suficiente! Isso ocorre pelo motivo das avaliações (bimestrais, semestrais, finais) não serem mais os únicos requisitos para averiguação da aprendizagem!
Passamos de uma visão quantitativa (somatório de notas) para uma visão qualitativa (somatório de respostas positivas).
A principal arma desse tipo de formação do alunado baseia-se nas fichas de acompanhamento. Cada aluno tem uma e nela o professor faz anotações sobre o progresso do educando, o comportamento do mesmo com o professor e com os colegas, a melhora ou piora da conduta em sala, suas dificuldades, as facilidades e dons observados, o dia em que faltou e o motivo, as conversas realizadas e o efeito das mesmas, e assim por diante.
Provas, trabalhos em grupo, exposição oral, produção textual continuam em vigor, claro. Entretanto, a percepção continuada do aluno por detrás de cada nota é a perspectiva principal analisada pelo professor. A evolução do aluno não está norteada em uma nota adquirida em um teste, mas em seu progresso intelectual, emocional e social ao longo do período considerado (bimestre, semestre, ano).
A quantidade de notas dá lugar ao nível de qualidade da aprendizagem, se aumentou ou se diminuiu e por quê.
É claro que se a escola se abrir para este novo método avaliativo e não o seguir, de nada irá adiantar, a Educação estará sendo negligenciada e mais uma vez a culpa será do sistema falho ou do governo!
Por Sabrina Vilarinho
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola
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