Os professores frequentemente reclamam a falta de tempo para corrigir redações e provas e até mesmo para preparar melhor as aulas.
É verdade que hoje homens e mulheres trabalham bem mais do que antes e por um expediente integral, ou seja, oito horas ao dia, às vezes até mais!
Contudo, a profissão de professor traz uma bagagem de responsabilidade muito grande, a começar pelo significado do nome: aquele que ensina, doutrina, educa. Se adotarmos os sinônimos, entenderemos ainda mais: educador, mestre, tutor.
Muitos, se não a maioria, culpam a jornada tripla em função dos baixos salários e optariam por uma quádrupla, caso existisse. Por trabalharem demais, ficam cansados, fatigados, desmotivados, infelizes. E, por muitas vezes, na própria casa falta educação adequada.
É hipocrisia dizer, nesse momento, que a princípio quem opta pelos cursos de licenciatura sabe que, no geral, não vão ganhar extraordinariamente bem. Claro, há exceções, como os professores disputados de cursinhos e os consagrados por um motivo ou outro, os famosos da mídia.
Como professores, não devemos desmerecer o trabalho desses afamados colegas da educação, bem como daqueles que lutam diariamente nas escolas públicas e municipais. Não há uma importância maior destinada a esses profissionais, pois todos têm um único objetivo: cumprir sua missão de educar.
No entanto, é bom que o educador reflita se realmente é recompensador passar 60 horas semanais em sala ou mesmo 40 horas. Afinal, estamos trabalhando para nós mesmos, para suprir as necessidades diárias e não as extras. A cada dia temos que nos alimentar, nos vestir, nos cuidar, e etc. No entanto, há professores que trabalham diariamente para além das supressões básicas, e acabam não se lembrando deles mesmos.
Recentemente, o Supremo Tribunal Federal aprovou uma lei que determina o piso salarial dos professores de escolas públicas em R$ 950,00 por um período de expediente determinado pelos Estados e municípios. Logo, a partir de janeiro de 2009, os reajustes salariais devem ser realizados.
Com isso, alguns educadores recebem certo alívio, pois não podem ganhar menos do que este valor estipulado. Claro, ainda não podemos dizer que o professor ganha por tudo aquilo que vale, pois a educação não tem valor estipulado. O que tento dizer aqui para os professores é que os mesmos deveriam repensar o seu dia a dia e suas despesas em conjunto com a família, pois o ser humano necessita de descanso físico e mental. Afinal, ninguém vai a lugar nenhum quando não aprende e quando não tem quem ensine de maneira calma, sensata e pacífica.
A natureza do professor reflete na sala, podemos dizer que a sala de aula tem a cara de cada educador que entra pela porta. Podemos justificar esse fato quando visualizamos a sala sob uma autoridade diferente.
Até quando vale ensinar? Sempre, desde que o professor esteja descansado, ou seja, até quando o professor reconhecer que tem um limite físico e mental.
Por Sabrina Vilarinho
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola
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