Quando nos referimos à leitura e à escrita, normalmente nos lembramos das aulas de Português, porém o trabalho com a prática de ler e de escrever é de responsabilidade de todos os professores e de todas as áreas do conhecimento. Nosso foco no presente texto serão os alunos da 2ª fase do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano). Nessa fase de ensino existem os professores de área, ou seja, cada docente se ocupa da sua disciplina, deixando a alfabetização dos alunos praticamente restrita à disciplina de Português.
Nota-se que os professores de História, da 2ª fase do Ensino Fundamental, estão passando por um processo de conscientização em relação à responsabilidade que lhes cabe quanto à alfabetização dos alunos. No processo da leitura e da produção escrita, o ensino de História deu um enorme salto em relação às antigas práticas docentes que se perpetuaram ao longo do tempo.
Uma prática recorrente nas aulas de História antigamente era a produção de resumos: os professores de História solicitavam aos seus alunos, como atividade cotidiana em sala de aula, a produção de intermináveis resumos. A finalidade pedagógica dessa atividade não acrescentava quase nada na formação dos alunos. Os alunos não liam os textos e somente reproduziam cópias de trechos dos livros didáticos em seus resumos.
Superando a prática acima ressaltada, propomos uma mudança nas aulas de História, onde os alunos praticarão e vivenciarão mais assiduamente o hábito da leitura e da produção escrita em seu cotidiano. Muitas vezes os alunos não leem e nem escrevem fora da sala de aula; e, em consequência dessa pouca leitura, os textos produzidos por eles não possuem paragrafação ou pontuação correta e apresentam múltiplos erros ortográficos.
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Visando a modificar essa realidade, o professor de História pode contribuir para a alfabetização dos seus alunos, corrigindo erros ortográficos, auxiliando os alunos na estruturação de um texto e realizando leituras individuais e coletivas nas aulas de História. Assim, a qualidade da alfabetização (leitura e escrita) terá saltos qualitativos.
Para incentivar a prática da leitura dos alunos, os professores de História podem levar para a sala de aula várias tirinhas em quadrinhos para os seus alunos, xerocopiá-las e entregá-las; ou digitalizá-las e projetá-las no Datashow. O professor pode, também, trabalhar com músicas e suas letras como incentivo à leitura e à escrita. É interessante o professor levar para a sala de aula algum material didático que esteja próximo à realidade dos alunos da sua escola.
Além das propostas anteriores, o professor de História também pode trabalhar a prática da leitura e da escrita com os alunos da seguinte forma: definir, toda semana, o chamado leitor semanal. Esse leitor ficará sob a responsabilidade de levar um livro (literário, livros de história indígena...) para a sua residência (o livro deve ser distribuído pelo professor). No retorno à escola, esse aluno deverá compartilhar com os outros alunos a leitura que realizou no final de semana, além de entregar uma síntese escrita sobre a história que leu. Essa metodologia fica a critério do professor, que pode utilizar mais de um livro e mais de um aluno, no intuito de descentralizar a responsabilidade e proporcionar a participação dos alunos.
Feito isto, os professores de História estarão contribuindo de forma salutar para a formação de leitores e escritores dinâmicos.
Por Leandro Carvalho
Mestre em História