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Podemos considerar superdotados os sujeitos que, numa aplicação de testes, superam a maioria das pessoas inseridas nesse mesmo grupo, sendo por idade ou por nível de formação, os conhecidos testes de QI – quociente de inteligência.
O teste de QI foi proposto em 1912, por Wilhelm Stern, que conseguia identificar o nível mental do sujeito através da divisão de sua idade mental pela idade cronológica.
Alguns anos depois, Lewis Madison Terman sugeriu que o resultado da divisão fosse multiplicado por cem, a fim de facilitar a pontuação obtida – antes em números decimais.
Lewis criou uma tabela de QI diante da qual os resultados eram analisados, identificando o nível de inteligência da pessoa avaliada. Segundo ele, a normalidade intelectual aparece entre os resultados de 90 a 109 pontos. Abaixo estão as limitações, assim como os índices acima fazem referência a pessoas com inteligência em excesso. A genialidade aparece quando o resultado ultrapassa o valor de 140 pontos.
Nas escolas, é comum aparecer alunos que manifestam um índice de inteligência acima da média da turma, mas nem sempre isso indica que o aluno seja um superdotado.
Para se fazer uma análise da inteligência desses sujeitos, a escola pode contratar os serviços de psicopedagogos e psicólogos, a fim de obter resultados precisos.
O nível cultural da família dos sujeitos deve ser levado em consideração, pois crianças que têm contato com informações, materiais e vocabulários mais complexos tendem a desenvolver mais a intelectualidade.
Outro aspecto que deve ser considerado na avaliação do aluno é quanto ao grupo no qual aparece inserido dentro da escola. Se a criança ou jovem apresenta uma tendência ao isolamento ou busca a companhia de adultos, esse fator também poderá ser um indicativo.
O vocabulário amplo, a criatividade, a memória e o senso de humor também são fáceis de serem analisados, pois tais características se destacam do grupo com facilidade.
Um aluno superdotado não precisa apresentar a superdotação em todas as áreas. Essa pode aparecer em algumas áreas específicas como artes, línguas, música, cálculos, etc.
Os problemas enfrentados pela superdotação são: a falta de preparo das instituições para lidar com esse tipo de aluno; a inadequação dos conteúdos escolares para os mesmos; desconsiderar as capacidades desses alunos; não promover situações de aprendizagens que favoreça os mesmos, dentre várias outras.
Outro problema a ser enfrentado é que os superdotados apresentam muita facilidade na compreensão dos conteúdos, ficando ociosos durante boa parte das aulas. A equipe pedagógica da escola deve elaborar atividades diferenciadas para os mesmos, a fim de que o tempo não seja desperdiçado, pois dessa forma podem ter a autoestima prejudicada – já que são desvalorizados e desconsiderados – perdendo o interesse pelo processo de aprendizagem. Isso poderá acarretar ainda em problemas de comportamento, de desinteresse, depressão e resultados ruins.
Quando isso acontece, recuperar a autoestima é fundamental, mas muitas vezes torna-se um processo doloroso. Alguns alunos voltam-se para as práticas esportivas, tornando-se ótimos atletas, não acreditando mais que o processo de aprendizagem será prazeroso. Outros se isolam, buscando se alimentar através de leituras e estudos que consideram mais importantes que os abordados nas salas de aula.
Trabalhar com projetos educativos é uma excelente forma de incentivar os superdotados a participarem do grupo, a se envolverem com as atividades, pois nessa metodologia de trabalho os saberes já existentes são considerados pelos profissionais envolvidos.
As trocas de opiniões, as discussões dos temas nas salas de aula, as sugestões e críticas são bem aceitas, até que definam os caminhos a serem percorridos. E esses alunos se interessam muito, levam novas informações para todo o grupo.
Quando os professores abrem espaço para a troca de conhecimento dentro da sala de aula, os alunos superdotados conseguem participar das atividades. Percebem que seus conhecimentos são importantes para o grupo, o que os leva ao aumento da autoestima e da autoconfiança.
Com certeza, para esses estudantes não cabe qualquer tipo de tarefa ou de atividade, mas aquelas que estejam voltadas para uma educação de qualidade.
Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola