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Mudanças no Ensino Rural

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Prática e conceitos ligados aos alunos

Com 80% dos municípios de economia campestre, o governo brasileiro tem repensado sobre os aspectos e mudanças necessárias na educação rural do país.

É uma situação difícil, pois muitas localidades não têm estrutura para desenvolver um bom trabalho, os governos regionais investem pouco na qualidade da educação, ficando a responsabilidade a cargo dos professores.

Por outro lado, já existem projetos de reestruturação desse ensino, chamado de “alternância” – tempo na escola, tempo em casa – onde são construídas instalações para que os alunos fiquem internos por algumas semanas, não precisando perder a maior parte do dia caminhando, ida e volta para escola e sua casa. Os alojamentos são divididos por alunos que moram em uma mesma cidade, também separados por sexo.

Na verdade, o projeto de alternância existe no Brasil desde 1969, seguindo um modelo de educação francês, onde era desenvolvido por associações comunitárias. Mesmo assim, sempre foi aceito pelos municípios brasileiros, que já somam 258 escolas participantes. A partir de 1999, o Ministério da Educação legitimou o projeto e assumiu o comando do mesmo. Apenas seis estados ainda não aderiram ao projeto.

O trabalho, na maioria dessas instituições, se dá objetivando que os alunos aprendam técnicas agrícolas, de zootecnia e de administração rural, além de todas as outras disciplinas dispostas no currículo. Aprendem a montar hortas, pocilgas, conhecem formas de evitar a erosão, os benefícios das plantas sem agrotóxicos, a contaminação do solo com os mesmos, cuidados com animais, doenças em animais, etc.

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Outro objetivo do ensino de alternância é o foco no ensino superior, buscando capacitar os alunos para que tenham condições futuras de buscar uma formação de maior qualidade, preocupados também com a formação contínua.

A experiência vem dando tão certo que o índice de evasão escolar caiu consideravelmente, além de promover 70% desses alunos para o ensino superior – um índice maior do que das escolas públicas municipais, que não chega a 60%.

O que atrai a atenção dos estudantes, o envolvimento dos mesmos quanto ao ensino, ao aprendizado, é o fator “colocar a mão na massa”. Experiências concretas, a que chamamos de laboratórios ou oficinas, são o grande atrativo, melhorando o nível de interesse e concentração dos alunos, aumentando a autoestima através dos resultados de produção obtidos. Cuidam, plantam, colhem, aprendem, ensinam, trocam experiências, tiram o próprio alimento, criam uma fonte de renda. Com isso, percebem o quanto são capazes de crescer e vencer num mundo com tantas injustiças sociais e competitividade.

Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola