Ah, não existe aquele que nunca contou uma mentirinha. Pelo menos na infância, alguma vez sim.
O problema é quando as mentiras passam a fazer parte do cotidiano da criança, jovem ou adulto, levando a própria pessoa a acreditar no que diz.
Segundo pesquisadores, a pessoa que mente não consegue esconder a mentira, pois a descarga de adrenalina é grande, causando mudanças na feição e trejeitos da mesma.
Essas características são imperceptíveis para aqueles que não são estudiosos da psicologia, mas fáceis de ser identificadas depois que se aprende sobre elas.
Não existe nada mais desconfortante para os pais do que não identificar se um filho mente ou não. É triste não ter a certeza de que aquilo que a criança ou jovem conta é verdade ou mentira.
Na escola acontece o mesmo. É difícil para um professor identificar se o aluno está dizendo a verdade ou não. Não há como se ter certeza, mas existem alguns trejeitos que podem das pistas, as chamadas microexpressões, segundo o pesquisador Paul Ekman, professor de psicologia da Escola de Medicina da Universidade de São Francisco.
Porém, é bom lembrar que os pais são exemplos para os filhos, em todos os momentos, e não somente naqueles que lhes convém. Portanto, nada de ir a um restaurante e mentir a idade da criança para se favorecer de uma conta mais barata. Os filhos então atentos a tudo que acontece, às falas de seus pais, e quando percebem que os mesmos trapaceiam, começam a fazer o mesmo.
Dentre as principais características das pessoas que mentem estão: um sorriso sem graça, onde a pessoa parece desconcertada com a situação vivida; pupilas dilatadas, pois no momento que mente é inevitável que as mesmas não aumentem de tamanho, até porque é um movimento involuntário, que não depende da pessoa; desvio do olhar, a pessoa que mente não consegue manter o olhar fixo na outra pessoa, no caso de uma conversa séria, o mesmo se desvia mais para o lado esquerdo e para baixo; lábios comprimidos ou sendo mordidos, também é característica de quem mente, pois o nervosismo leva a tais expressões; as mãos parecem não ter lugar para ficar, dessa forma a pessoa coloca-as juntas, apertando-as ou colocando-as junto ao peito; mãos no pescoço e no nariz, mesmo que para dar aquela coçadinha é uma tentativa de disfarçar a mentira, levando o foco para outro lugar que não os olhos; os ombros também demonstram uma mentira ou não, pois tendem a tombar para determinado lado.
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Agora essas características não devem ser levadas com tanto rigor, pois algumas pessoas já possuem alguns desses hábitos consigo. No caso de pessoas extremamente tímidas, desviar o olhar durante uma conversa pode ser uma coisa normal. Outras, já se sentam com os ombros tortos, assim como outras tem a mania de coçar o nariz ou passar as mãos no pescoço.
Para avaliar as atitudes e se concluir sobre uma possível mentira, o melhor é ficar ligado na pupila da pessoa, como fica a expressão de sua boca e sobrancelha. Esses são os elementos positivos para se identificar casos de mentiras.
Comece a exercitar suas práticas na identificação de trapaças dos filhos ou alunos. Com o tempo, as técnicas ficam mais evidentes, facilitando com que no contato diário você não seja enganado pelos mesmos.
Em casos de se descobrir mentiras, não puna o mentiroso com ofensas ou tapas desnecessários. É bom ficar atento aos exemplos que são dados. Se você agride a criança ou adolescente, com certeza ele irá agredir alguém com as mesmas atitudes.
O melhor a fazer é estabelecer regras bem claras, de que as trapaças não serão aceitas, e que se continuar agindo dessa forma será punido pelas suas atitudes, através de castigos.
No caso de mentiras na escola, os professores devem comunicar aos pais e coordenação, para resolverem o problema em conjunto, uma vez que a escola não pode aplicar sanções coercitivas, mas deve servir de local e ambiente que favorece o bom caráter e o desenvolvimento de uma personalidade saudável.
Com certeza, se a criança ou adolescente perceber que as mentiras não serão aceitas e que seus pais serão comunicados das mesmas, deixará o hábito de lado. Agora se nada for feito, a situação torna-se irreversível, pois as mesmas aparecerão cada vez mais.
Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola