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O fazer pedagógico mediante o convívio com as altas habilidades

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Vários são os perfis que delineiam os alunos com altas habilidades     

Conviver com a heterogeneidade no ambiente escolar é fato, todo educador diante de seu laborioso exercício profissional tem consciência dessa questão. Contudo, há que se mencionar um aspecto relevante – o fato de o educador estar preparado ou não para conviver com tais diferenças, sobretudo com aqueles alunos que apresentam necessidades especiais.

Partindo dessa perspectiva, propomo-nos a discorrer, de forma específica, sobre aqueles alunos com altas habilidades que, uma vez se destacando entre os demais, precisam ser estimulados a fim de que desenvolvam seus talentos e, sobretudo, mantenham o interesse pela escola. Caso isso não ocorra, o que se pode esperar é até mesmo a evasão. Mas como detectar tais características neste ou naquele aluno?

Segundo a opinião de especialistas, os “atores” desse palco podem ser dotados de vários perfis, desde o mais tímido, passando por aquele considerado o braço direito da professora, até o mais peralta possível. Normalmente, não dispõem de habilidades múltiplas, ou seja, o que de fato os diferencia é exatamente aquela afinidade para uma determinada área do conhecimento. Diante desse quadro, uma percepção mais aguçada por parte do educador, embora não seja uma tarefa assim tão fácil, pode levá-lo a desconfiar de um aluno assim. Pode-se dizer que as atitudes são demarcadas pela aquisição de vocabulário mais avançado, se comparado à maioria da turma, pela repulsa a atividades rotineiras, por um instinto um tanto quanto perfeccionista, por mostrarem-se contestadores ao extremo, entre outras.

Estatísticas atestam que pelo menos 5% da população possui tal tendência. Para tanto, como iniciativa de fomento a esse público, o Ministério da Educação (MEC), em 2005, criou Núcleos de Atividades de Altas Habilidades em todos os estados. Ainda que deficitários, esses órgãos promovem auxílio às escolas mediante a constatação de alunos com esse perfil. Como suporte, eles obrigatoriamente indicam uma psicopedagoga para realizar o diagnóstico e, se constado for, encaminham o aluno ao programa oficial de estímulo, encarregado de oferecer atividades extraclasses e orientações para o professor e a família. 

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Assim, conforme dito, não é sempre que as evidências são facilmente identificáveis, razão pela qual a necessidade de o educador estar preparado profissionalmente para isso revela-se por demais contundente. Nesse sentido, o MEC apresenta algumas estratégias que podem direcionar a execução de tal intento, ora manifestadas por questões básicas, entre as quais destacamos:

* Verificar se o aluno aprende fácil e de modo rápido;

* Detectar se ele se mostra sempre informado, inclusive no que tange a áreas incomuns;

* Constatar se ele se adapta com facilidade a novas situações e a novos ambientes;

* Avaliar se apresenta habilidade no campo das artes, sobretudo a aptidão para a música, dança, desenho, entre outras;

Enfim, essas são apenas algumas das múltiplas possibilidades, que se exploradas forem, representam a riqueza de uma preciosidade bem lapidada e pronta para reluzir. Como bem nos apontam as palavras de Denise Fleith, professora do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília (UnB), no que concerne ao fazer pedagógico do educador:

“Ele pode e deve apresentar ao aluno caminhos para o desenvolvimento de seu potencial, desde materiais para pesquisa até contatos de estudiosos dos assuntos”.

Por Vânia Duarte
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola