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O trabalho em grupo – uma benéfica proposta metodológica

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Inúmeros são os benefícios alcançados mediante tal prática pedagógica, desde a efetivação da aprendizagem até a socialização  

Cada vez mais indícios comprovam que a concepção tradicional de ensino vai aos poucos cedendo lugar para novas abordagens, novas propostas didáticas. Na concepção tradicional, o saber era exclusividade apenas do professor, uma vez que esse era o detentor do conhecimento; e o aluno, um mero e passivo receptor das informações repassadas.


A situação que atualmente impera é que o aluno se sente um sujeito ativo em busca de seu próprio conhecimento, concepção essa que nos remete a uma retomada de valores e de posicionamentos por parte do educador mediante o fazer pedagógico. Assim sendo, entre os recursos que a ele são disponibilizados está o trabalho em equipe, o qual, além de representar uma forma coletiva de construir o conhecimento, ainda proporciona o desenvolvimento de muitas outras habilidades, influenciando de forma direta na construção da verdadeira personalidade, sobretudo no que tange aos valores. É o que afirma Stella Galli Mercadante, diretora do ensino fundamental do Colégio Vera Cruz, em São Paulo:

Por meio dessa prática o aluno se relaciona de modo diferente com o saber. É um momento de troca em que a criança ou o adolescente se depara com diferentes percepções.


Mediante as evidências firmadas, tendo em vista as contribuições trazidas por tal prática, torna-se passível enfatizarmos alguns aspectos, peculiares por sinal: 


* Antes de tudo, vale mencionar que, ao propor trabalhos em grupo, as famosas “panelinhas” são inevitáveis. Assim, as afinidades tendem a falar mais alto, e o que pode ocorrer são as exclusões – fato condenável no ambiente escolar. De modo a evitar que isso ocorra, a intervenção do educador é essencial no sentido de promover a interação social entre os alunos.


Tal intervenção manifesta-se na habilidade de agrupar aqueles alunos que demonstram maior facilidade quanto ao aprendizado com aqueles que não demonstram possuir o mesmo ritmo. Nesse sentido, prevalece o instinto da cooperação e o respeito às diferenças em que os alunos se ajudam de forma mútua, como bem nos revelam as palavras de Maria Cristina Scavazza, pedagoga e mestre em Psicologia da Educação pela PUC – SP:

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O professor deve agrupar os alunos com diferentes níveis de conhecimento sobre um determinado conteúdo para que possa ocorrer troca, ajuda efetiva para atingir avanços e consolidar aprendizagens. 


* Outro aspecto importante é não deixar que a atividade perca o sentido pedagógico, pois caso contrário a turma poderá encontrar nela “brechas” para dispersão. Sendo assim, há que focar acerca dos reais objetivos almejados mediante a proposta, sempre enfatizando acerca da importância de um trabalho desenvolvido em equipe, em que todos participam, discutem, argumentam e chegam a uma posição final. Portanto, nada de prevalecer aquela velha concepção de que cada um fica encarregado de fazer uma parte.


* O suporte oferecido pelo professor aos grupos é de auxílio, pois antes de tudo eles devem se sentir amparados para quaisquer eventualidades, desde o esclarecimento de possíveis dúvidas até outras intervenções, como, por exemplo, divergências de opiniões. Nesse sentido, faz-se necessário dar ênfase ao respeito mútuo, tendo em vista o caráter ímpar que norteia o ser humano como um todo. Dar oportunidade para todos, inclusive estímulo para aqueles mais tímidos, revela um posicionamento com alto poder de eficácia. 


* Por fim, todo o trabalho realizado pelos grupos terá de ser exposto por meio de um seminário ou talvez até de um debate. Esse é um bom momento para que os alunos desenvolvam a capacidade da oratória, aprendendo a se expressar de forma mais articulada, além de desenvolverem o poder da argumentação. Mais uma vez vale ressaltar a importância da coesão entre os participantes, no sentido de todos falarem acerca de suas experiências obtidas mediante o trabalho desenvolvido. Como sugestão, ao final das apresentações, o educador pode suscitar uma autoavaliação por parte de todos os integrantes do grupo, levando-se em consideração o sucesso e até mesmo as falhas cometidas, possibilitando assim que o poder da autocrítica seja manifestado e, sobretudo, aprimorado.


Por Vânia Duarte
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola