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A pesquisa figura-se entre as propostas metodológicas cujo resultado tem se mostrado bastante eficaz. Contudo, vale mencionar que tal procedimento carece de algumas reformulações no que tange à forma pela qual é conduzido no ambiente escolar. O que atualmente se constata nada mais é do que a simples “reprodução” daquilo que é pesquisado – manifestado pelo inevitável Ctrl-C + Ctrl-V. Na maioria das vezes, o aluno nem ao menos se preocupa em analisar o conteúdo... e apenas “cola” o que encontra pela frente.
Talvez essa conduta represente as consequências oriundas do próprio trabalho docente, ora concebido como ineficaz, no qual o educador não se presta ao exercício de uma orientação constante, no intuito de nortear o trabalho dos estudantes rumo à concretização de seus reais objetivos – a busca pelo conhecimento a respeito de um determinado assunto. Mediante essa realidade, como esperar que estes estejam preparados para produzir trabalhos científicos, no caso, um simples TCC? Já não falando de outros, como a elaboração de um projeto, por exemplo. Diante disso, faz-se necessário que desde as mais tenras experiências enquanto aprendizes, os educandos comecem a estabelecer familiaridade com a pesquisa tal como ela deve ser conduzida, assim como retrata Bernadete Campello, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), autora de obras relacionadas a este assunto:
“A investigação na escola está intimamente ligada à orientação. Se até mesmo um doutorando tem um orientador, por que as crianças da Educação Básica dariam conta do trabalho sozinhas?”.
Partindo-se dessa prerrogativa, eis alguns importantes passos que tendem a tão somente resultar em bons frutos. Dessa maneira, o artigo em questão pauta-se por evidenciar alguns deles:
- Inicialmente, tem-se que toda investigação precisa partir do próprio interesse dos investigadores, pois o “prazer” pela descoberta advém de uma situação-problema instigante. Para tanto, é preciso que o educador desperte na turma a vontade de aprender mais e mais acerca de um determinado assunto. O ideal é especificar uma temática e incumbir os grupos de trabalhar os diferentes aspectos relacionados a esta, pois, assim procedendo, as descobertas parecem ter um sentido maior, uma vez que toda a turma se encontra evolvida em torno de um só objetivo.
- De nada adianta sugerir uma pesquisa se os alunos não sabem por onde começar. Em função disso, um dos procedimentos é conduzi-los a fontes seguras. Tal recurso está relacionado sempre à importância de enfatizar que fontes bibliográficas resultantes de livros denotam uma maior confiabilidade quando comparados a fontes oriundas do meio eletrônico (Internet). Assim, orientá-los a estabelecer comparações entre as ideias entre diferentes autores revela-se como uma atitude de total pertinência.
- Informações reunidas, é chegado o momento de interpretá-las e, consequentemente, materializá-las por meio da escrita. Assim, no intuito de evitar “meras” transcrições é preciso orientá-los de que não se trata de uma cópia do que foi lido, mas uma reescrita de todo aprendizado adquirido, como uma espécie de retextualização. Nessa parte é sempre viável capacitá-los a produzir trabalhos semelhantes aos científicos, tendo em vista suas partes estruturais, tais como, capa, contracapa, sumário, introdução, desenvolvimento, conclusão e bibliografia. Caso seja possível, planeje de forma antecipada, com vistas a estabelecer um cronograma que permita possíveis discussões acerca do assunto trabalhado, bem como a revisão das produções, de modo que tudo saia na mais perfeita ordem.
- Por último, e talvez o momento mais esperado por todos, é a socialização do trabalho realizado. Sendo assim, cabe à escola disponibilizar recursos que atendam às necessidades de cada grupo, no intuito de revelar aos colegas, professores, outras turmas da escola e até mesmo à comunidade, todas as conquistas alcançadas mediante a laboriosa tarefa, como bem nos revela Jorge Santos Martins:
“No mundo real, as descobertas decorrentes de uma pesquisa são divulgadas em publicações especializadas e para plateias interessadas, possibilitando que o conhecimento circule”.
De acordo com as ideias retratadas nesta autoria, na escola, a situação não deve ser diferente. Sendo assim, é evidente e necessário que ocorram momentos voltados para as apresentações por meio de mostras culturais, seminários, dramatizações, palestras, feiras de Ciências, não esquecendo, também, dos murais informativos, textos e outros documentos e quem sabe... até um livro!
Por Vânia Duarte
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola