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Os conteúdos escolares podem assumir diferentes orientações, conforme as várias teorias da educação que foram construídas historicamente.
A importância de organizar e selecionar os conteúdos é indiscutível. Alguns educadores acreditam que a organização do conteúdo se constitui numa só unidade, em que teoria e prática se fundem. Ou seja, no fazer gera-se o saber. Outros procuram redefinir os conteúdos a partir de um determinado ponto de vista da classe. E existem aqueles que colocam a sistematização do conhecimento a partir de problemas postos pela prática social.
Em suma, podemos nos balizar em teóricos que definem o conceito de saber sistematizado ou fontes de conteúdos, levando em conta a estrutura lógica da matéria, as condições psicológicas do aluno para a aprendizagem em questão e as necessidades socioeconômicas e culturais do contexto em que o aluno está inserido.
E, embora alguns educadores tenham seus próprios métodos para organizar os conteúdos sequencialmente, é recomendado observar alguns critérios, quais sejam, sequências coerentes com a estrutura e o objetivo da disciplina; gradualidade na distribuição adequada em pequenas etapas considerando a experiência anterior do aluno; continuidade que proporcione a articulação entre os conteúdos; integração entre as diversas disciplinas do conteúdo.
A apresentação dos conteúdos deve conter inter-relação entre as sequências, de forma orgânica e dinâmica. Além disso, é preciso distinguir os conteúdos essenciais dos desnecessários e definir o necessário para preparar suficientemente o aluno para ler, escrever, interpretar e resolver problemas.
Em tempo, sabe-se que o conteúdo, o conhecimento, só adquire significado se vinculado à necessidade real, capaz de fornecer instrumentais teóricos e práticos com propósito na vida social do aluno. E, nessa perspectiva, não basta ter o olhar apenas científico sobre o conteúdo escolar, ainda que numa postura crítica, é necessário vivenciar e trabalhar o processo de seleção e organização, que são instrumentos de um fazer educativo politicamente definido.
Eliane da Costa Bruini