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Histórias em quadrinhos e os Parâmetros Curriculares Nacionais

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A imagem gráfica utilizada nas histórias em quadrinhos , sempre esteve presente em nossa historicidade e apresenta interesse ao ser humano nas várias etapas de sua vida. As histórias em quadrinhos ao integrarem figuras e textos, auxiliam as crianças a aprender a ler e a progredir ligeiramente na leitura. Inegavelmente, aparecem como um meio de comunicação de massa de vasto consumo popular. Em 1897, Rudolph Dirks, jovem desenhista americano do “Morning Journal”, ofereceu um processo cômico-gráfico que ficaria decididamente conhecido como história em quadrinhos.

Já, no Brasil, supõe-se que a revista “O Tico-Tico” ( que tinha uma proposta educativa e moralizadora muito forte), tenha sido a primeira do mundo a apresentar histórias em quadrinhos completas. Ao ser criada e publicada em 1905, ela trazia: contos, textos informativos e curiosidades sobre matérias para crianças. Foi publicada e divulgada durante décadas e durou até 1956.

As crianças começam muito cedo a comunicar seu fascínio pelo mundo por meio de desenhos, ilustrando seus pais, seus irmãos e seus amigos com rabiscos que nem sempre caracterizam bem as pessoas ou objetos retratados, mas mesmo assim, tentam através de garatujas comunicar a idéia do mundo onde vivem. Devemos lembrar que uma imagem fala mais do que mil palavras.

No entanto, na década de 60, as histórias em quadrinhos foram muito criticadas por professores e profissionais da educação quanto às dificuldades que este tipo de leitura poderia trazer a um leitor em formação. O argumento que usavam era que tudo era especificado pela imagem, prejudicando o esforço do ler, pensar e julgar, tornando a literatura puramente visual, levando os alunos habituarem-se a priorizar o ver em detrimento do ler e estudar. Discutia-se também a função da imagem e os problemas advindos do conteúdo das histórias, pois a opinião era em relação principalmente da proliferação de revistas em quadrinhos estrangeiras, que se alastravam no Brasil, e eram consideradas como incentivadoras de violência. Os argumentos também eram alicerçados no motivo puramente comercial das revistas em quadrinhos , e por causa disso, não acreditavam que as historias em quadrinhos pudessem também colaborar para o aperfeiçoamento cultural e moral do leitor em desenvolvimento.

Apesar das histórias em quadrinhos terem sofrido acirradas criticas, acabou suplantando a visão de alguns educadores e provando (sendo bem escolhida) que tem grande importância e eficácia nos trabalhos escolares. As crianças aprendem a gostar de ler, se divertindo com os diversos personagens, com as imagens e os diferentes conteúdos das histórias. As histórias em quadrinhos possuem potencialidade pedagógica especial e podem dar suporte a novas modalidades educativas, podendo ser aproveitadas nas aulas de Língua Portuguesa, História, Geografia, matemática, Ciências, Arte, de maneira interdisciplinar, fazendo com que o aprendizado se torne, ao mesmo tempo, mais reflexivo e prazeroso em nossas salas de aula.

A recomendação de usar histórias em quadrinhos nas escolas consta do volume dos PCN dedicado ao ensino da Língua Portuguesa. Nos gibis, as crianças conseguem deduzir o significado da história, que não são capazes ainda de ler diretamente, observando a imagem. "Isso dá a elas a sensação de serem leitoras, o que é importante no processo de alfabetização". Para crianças que nunca tiveram contato com a leitura, o professor deve, antes de tudo, ensiná-las como se lê o gibi ­ da esquerda para a direita e de cima para baixo. "Parece uma seqüência óbvia, mas não é", afirma Maria Cristina Ribeiro Pereira, coordenadora geral dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN).
Ref: MOYA, Álvaro de- História da história em quadrinhos no Brasil

Autora: Amelia Hamze
Educadora
Profª UNIFEB/CETEC e FISO - Barretos

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