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O diário reflexivo é, por excelência, uma ferramenta ideal para promover experiências criativas de reflexão sobre a ação, capaz de distanciar e aproximar um sujeito à sua realidade.
Com essa compreensão, o uso de registros de reflexão pode resultar em atitudes que desenvolvam o crescimento pessoal dos envolvidos para uma educação sem paredes e sem diferenças.
A utilização de registros na prática pedagógica pode ainda atenuar dificuldades encontradas pelos membros de situações problema e gerar conhecimentos capazes de prever alguns conflitos. Bem como despertar nos envolvidos a autoanálise por seus registros e releituras, observando em que medida suas apreciações contribuem com o processo de ensino aprendizagem.
Dessa forma, o educador tem em mãos um interessante instrumento para repensar na importância de seu papel em sala de aula, considerando de que forma suas impressões pessoais e avaliativas poderão contribuir para o sucesso ou para o fracasso de sua prática.
Ao indagar a própria prática, por meio de registros de reflexão, o educador pode desestabilizar uma situação de conforto e criar conflitos que oportunizem a descoberta de uma nova resposta que, por sua vez, dará origem a uma nova pergunta. Esse processo de indagar e responder busca tornar os envolvidos agentes do próprio conhecimento.
É importante ressaltar que, nesse processo, as perguntas funcionam como molas propulsoras para o avanço da reflexão e são importantes ferramentas no processo de avaliação da própria prática.
Nesse sentido, o uso do diário reflexivo pode ser entendido como o espaço narrativo do pensamento do educador, isto é, como documento da expressão e da elaboração de seus pensamentos e dilemas. Todavia, essa forma de conceber o diário, embora pertinente, não explicita a constituição do processo reflexivo, sendo necessário entendê-lo como um instrumento simbólico que contribui para o desenvolvimento da reflexão crítica.
Eliane da Costa Bruini