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O jogo educativo como fato social

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“A criança que brinca e o poeta que faz um poema.... estão ambos na mesma idade mágica!” Mario Quintana

O jogo é uma atividade lúdica em que crianças e adultos compartilham de uma situação de envolvimento social num tempo e espaço determinados, com características próprias delimitadas pelas próprias regras de participação na situação “imaginária”.
Enquanto fato social, o jogo assume a imagem, o sentido que cada sociedade lhe atribui. É este o aspecto que nos mostra por que, dependendo do lugar e da época, os jogos assumem significações distintas. (Kishimoto, Tizuko)

A palavra jogo é originária do latim: iocus, iocare e significa brinquedo, folguedo, divertimento, passatempo sujeito a regras, ou até mesmo uma série de ocorrências que formam uma coleção. Lúdico vem do latim ludus, que significa: exercício, drama, teatro, circo e significa também exercício escolar (magister ludi).

O verbo ludere significa: exercer, treinar. O jogo é um impulso natural da criança funcionando assim como um grande motivador; mobiliza esquemas mentais, estimula o pensamento, a ordenação de tempo e de espaço; integra várias dimensões da personalidade: afetiva, social, motora e cognitiva. Além disso, favorece a aquisição de condutas cognitivas e desenvolvimento de habilidades da coordenação, destreza, rapidez, força, concentração.

Na brincadeira infantil estão presentes três características: a imaginação, a imitação e a regra. Cada uma delas pode aparecer de forma mais evidente em um tipo ou outro de brincadeira.

Há dois grupos principais de jogos: jogos de enredo e jogos de regras. O de enredo tem recebido várias denominações, tais como: jogo imaginativo, de faz-de-conta, de papéis, simbólico ou sócio-dramático.

No de regras, a situação imaginária está subentendida e as normas orientam a brincadeira. Os participantes situam a atenção na finalidade do jogo e no atendimento aos códigos compartilhados.

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Há desenvolvimento moral e social das crianças nas brincadeiras, tanto nos jogos de enredo quanto nos jogos de regras. Além do que foi elencado, temos os jogos: sensoriais, com atuação dos órgãos dos sentidos (cheirar, provar, escutar, tocar, entre outros); psíquicos, que dizem respeito às capacidades de jogar sério, conter o riso, brincar de estátua; motores, que exercitam a ação dos músculos e a coordenação dos movimentos; afetivos, que envolvem sentimentos e experiências pessoais; intelectuais, tais como, dominó, damas, charadas, adivinhações, xadrez, entre outros.

O jogo e a brincadeira como ação social são atividades humanas que permitem à criança assimilar e recriar as experiências sócio-culturais dos adultos. Como concepção sócio-antropológica, é um fato social, espaço privilegiado de interação infantil e de constituição do sujeito-criança como sujeito humano, produto e produtor de história e cultura.

É importante a escola trabalhar com as diferentes linguagens lúdicas das crianças, que possibilitam compreender o mundo, expressarem idéias de como o jogo reflete, em cada sociedade, os costumes e a história das diferentes tradições, analisando como a expressão da cultura infantil através das diversas gerações, reflete as idéias e costumes através dos tempos.
Diante do exposto, entendo que, o uso de jogos no ensino aprendizagem é bastante significativo para o professor e para o aluno enquanto participantes do desenvolvimento do processo, ampliando a criatividade, a vivência em equipes, enfim, aspectos tão expressivos e que devem ser valorizados e desenvolvidos em sala de aula. Finalizando, os jogos são instrumentos construcionistas, pois propiciam a simulação de um panorama com todas as regras que regem o mesmo, permitem a formação de grupos cooperativos empregando a ferramenta lúdica como forma de atrair a atenção.

Por Amélia Hamze
Colunista Brasil Escola