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O uso pedagógico do chat, ou sala de bate-papo on line é um campo a se investigar e pode trazer novas dimensões não só para o ensino à distância, mas como instrumento de construção de conhecimentos, pesquisa, troca de informação e comunicação entre sujeitos que buscam aprender, seja com instituições de ensino ou não.
Essa nova realidade cria e exige outra postura do professor. Portanto, o ato de pensar e fazer educação assume um novo paradigma onde, na era digital, o aluno passa a ser o gerenciador do seu próprio conhecimento, sendo o professor o mediador nessa construção do saber. Podemos perceber que o chat é uma ferramenta que favorece a comunicação entre grupos. Essa comunicação pode ter várias direções, mas, para que ela seja eficaz, se faz necessário a presença de um mediador que terá o papel de orientar a comunicação entre os participantes na busca de atingir os objetivos propostos pelo chat.
Pensar no chat como uma ferramenta pedagógica é algo desafiador para o professor, visto que ele assumirá outro papel, o de não ser mais meramente um repassador de informações, mas um mediador. Ele deixa de ser o centro do saber e estará interagindo com os participantes por meio das novas tecnologias. Desta forma, o professor na era da informação está envolvido com processos múltiplos do conhecimento que pressupõe flexibilidade, interatividade, adaptação e cooperação.
Essa ferramenta deve ser inserida na escola, com vistas a favorecer o progresso e o desenvolvimento de alunos e professores em toda a sua dimensão. Nesse âmbito, se faz necessário um repensar sobre o papel do professor e o que o futuro aponta para a sua prática.
A escola deve está constantemente aberta às novas demandas, possuindo uma visão crítica de como essa ferramenta pode facilitar e agregar uma nova prática educacional. Contribuindo, dessa forma, para a formação de um cidadão mais crítico. Nessa perspectiva, o novo paradigma educacional deve ser entendido como contribuição na busca de uma prática pedagógica autônoma, aquém de ser uma solução para os problemas crônicos do processo educacional brasileiro. Para a construção dessa pedagogia autônoma, o professor deve criar situações-problemas para serem explorados e resolvidos, ou seja, gerar desafios como estratégias motivacionais para os alunos.
No chat, os alunos interagem com os outros participantes por meio da comunicação escrita, utilizando códigos peculiares do ambiente virtual. Essa ferramenta pode contribuir para o aprimoramento da capacidade de raciocínio e agilidade na escrita. Após o chat, deve ser gerado um relatório de registro que deve ser analisado pelos professores e alunos na busca de identificar o que foi discutido, incluindo os assuntos mais palpitantes ou questões gramaticais, com vistas a levar os participantes a uma reflexão. Além disso, o chat pode ajudar os professores a entender os assuntos que mais interessam seus alunos e, dessa forma, desenvolver uma pedagogia de projetos que tem seu foco nas reais necessidades dos participantes.
O chat também possibilita que os participantes permaneçam anônimos – se assim desejarem – usando outros nomes e criando, até mesmo, uma nova identidade. Essa possibilidade gerou um enorme sucesso entre os internautas. Nesse sentido, o chat encontra-se voltado para uma prática lúdica e informal, podendo ter influenciado a construção de um conceito errôneo por parte dos professores na utilização do chat como uma ferramenta pedagógica. Salienta-se, entretanto, que o chat enquanto ferramenta pedagógica deve possuir regras próprias ao processo educacional.
Vanessa dos Santos Nogueira
Pedagoga
Colunista - Brasil Escola.com