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Os professores não têm futuro...

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“Os professores não têm futuro. Eles são o futuro. E, sobretudo, você...” “Volte para dentro de si”. “Você encontrará na própria essência de seu projeto de ensinar as razões para não perder as esperanças nem no seu ofício, nem no mundo” Philippe Meirieu

Ser professor atualmente é uma luta constante, pois é uma aposta no futuro, que significa estar sempre em um processo de renovação de aprendizagens. O desenvolvimento do ser humano versa em alcançar a qualidade e a excelência em suas ações motoras, verbais ou mentais. Piaget afirma que a inteligência e a afetividade são indissociáveis. Em seu desenvolvimento pleno, a criança reinventa o mundo e aumenta a inteligência e a afetividade através da construção do próprio conhecimento. Em relação à afetividade, pode-se dizer que é fonte geradora de interferência nas construções da inteligência, podendo com essa intervenção comprometer o desenvolvimento intelectual. Portanto, os desenhos cognitivos conduzem à concepção da inteligência, os traçados afetivos conduzem à construção do caráter.

Philippe Meirieu considera o “triângulo pedagógico”: educando-saber-educador, e a conexão pedagógica no procedimento de ensinar e de aprender, sobre o que é aprender, como aprender, quem é o sujeito que aprende e quem é o individuo que ensina. Pondera a importância de abalizar o aluno, no período de desenvolvimento, e suas habilidades no domínio sensório-motor, cognitivo e afetivo. Destaca que, a aprendizagem dá nova estrutura à experiência, caracteriza o erro como ferramenta de análise, apreciando que aprendizagens significativas permitirão ao aluno construir representações próprias de seu saber com base em suas vivências, e oportunizando a reconstrução de novos conhecimentos, baseando-se em experiências e saberes adquiridos. Aprender, nesse sentido significa relacionar-se com o conhecimento e principalmente apropriar-se dele, a partir das plausíveis novas (re) significações de cada sujeito da aprendizagem.

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Os “princípios” ou “fundamentos”, de acordo com Philippe Meirieu, agregam intensamente pedagogia com democracia. O primeiro “princípio” diz que a escola não é apenas um serviço, mas também uma instituição, tendo em vista que, a educação é um serviço público, comprometendo-se ao bem comum, com garantia de serviços de qualidade aos utilizadores. O segundo “princípio” associa a escola e condições de exercício democrático, que seria: “educar e ensinar os sujeitos de modo que, possam tomar parte na vida democrática”. Assim, a escola não é compatível com a busca da homogeneidade, mas sim, com a dinâmica da pedagogia diferenciada. O que conta são os objetivos e não as tarefas, que são indicadores das competências a usar no futuro.

Na pedagogia diferenciada, a avaliação individual é o “quadro de referência” da eficácia das atividades escolares, sendo que, não devemos motivar as rivalidades, mas sim estimularmos em cada estudante os desafios a vencer. Professor é o profissional que faz o ato educativo acontecer. Nesse contexto, na crença na relação indissociável entre teoria e prática, existe a vinculação do acontecimento entre o dizer e o fazer.

O ensino é uma orquestração relacional do tempo e do espaço, do eu e dos outros, dos alunos e do conhecimento, do afeto e da cognição. (Anne Edwards)

Ref: MEIRIEU, P. Aprender... Sim, mas como?

Por Amelia Hamze
Educadora