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Socialização Primária

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A socialização primária no mundo todo, aquela que era tarefa da família, através dos vínculos de afetividade e respeito, vem perdendo terreno, ficando a cargo da instituição escolar. Essa socialização primária, envolvida pela importância dos carinhos, afetos e valores importantes legados pela família, chega incompleta à escola. A família é considerada como instituição muito importante no processo de aprendizagem. É pela socialização primária que são interiorizadas normas e valores, assim como formas de relacionamento. Nas nossas escolas estamos assistindo à falta de vinculação da família como ambiente habitual e fundamental de socialização primária, estando esse papel designado às instituições escolares. Com essa relevante falta da socialização primária, os efeitos na escola são proeminentes trazendo alterações na atuação dos professores e na representação da instituição de ensino. A escola é o ambiente favorável para o aprendizado de uma sociabilidade rica, pois permite a interação com o outro.

A escola atualmente tem a necessidade de atuar não só no conteúdo básico do desenvolvimento do conhecimento, mas também precisa priorizar momentos de ação na identidade do aluno, que deve ser visto como sujeito participativo do seu conhecimento e construtor dos valores que são fundamentais para sua vida. Em todos os tempos houve uma perspectiva social em relação à escola, e ao explicarmos os pensamentos de educadores brasileiros, não nos surpreendemos com as suas falas.

O professor ao investir no aprimoramento de sua ação docente busca o desenvolvimento profissional em instituições de formação de docentes, em cursos de atualização de sua atuação de educador, nas diferentes linguagens da arte, nos recursos audiovisuais, em leituras e estudos complementares, entendendo a importância do papel social da escola e de sua profissão. Se houver interesse e vontade de se alcançar um ensino mais globalizante e uma aprendizagem mais compreensiva, é de grande importância a construção de um currículo interdisciplinar. Esta tarefa não é fácil, pois os educadores precisam comungar ideais comuns, reunindo-se e discutindo conteúdos de seus projetos, levantamento de dados e pesquisas, assim como os processos de avaliação diagnóstica e dialógica entre outros aspectos. Os educadores do mundo contemporâneo devem relacionar a teoria com a prática, colocando a teoria associada com a realidade do educando, demonstrando a utilidade desta teoria e o seu proveito em uma situação real. Para isso, é preciso vincular os conhecimentos à aplicabilidade dos mesmos no cotidiano da sociedade. Quando a aprendizagem é significativa e leva à fruição conduz à eficácia do ensino e chega-se ao sucesso escolar.

Sabemos que o conhecimento e a socialização são duas considerações interligadas, pois o indivíduo socializa-se a partir do conhecimento que adquire ao longo da vida. De acordo com Tedesco, Juan C., que identifica um déficit de socialização das crianças - “A conta negativa de valores e atitudes que os pais não ensinam em casa cai, inevitavelmente, no colo do professor”. Para este educador a formação deve ser conseguida na "escola total", que cuida de formar o aluno inclusive moral e eticamente, sendo este o seu principal foco de atenção. A educação em face dos desafios atuais precisa de mudanças profundas e intensas que superem os sistemas educativos formais e padronizados. Atualmente a sociedade necessita fundamentalmente aprender a aprender e a adaptar-se ao longo de toda a vida. Evidenciamos a necessidade de um programa de capacitação docente para a formação de competências que permitam aos educadores ajustarem-se às mudanças do mundo contemporâneo, sendo capazes de suprir e atender aos alunos, adequando o currículo das escolas para acolhimento desta clientela carente de socialização primária.
Referencias: Juan C. Tedesco.

Autora: Amelia Hamze
Educadora
Profª UNIFEB/CETEC e FISO - Barretos

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