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Análise do personagem – uma iniciativa que confere mais vida ao enredo

A análise do personagem atua como importante proposta metodológica, cujos benefícios resultam em atribuir mais vida ao enredo.
Para atribuir mais vida ao enredo, sugere-se como proposta metodológica a análise do personagem
Para atribuir mais vida ao enredo, sugere-se como proposta metodológica a análise do personagem
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Trabalhar a Literatura, fazer com que os aprendizes se sintam imersos nesse mundo de magia, segredos, reflexões, suspense, enfim, parece não ser tarefa muito fácil, ainda mais pelo imediatismo que estamos compartilhando em meio a esse contexto tecnológico.

Entretanto, por mais difícil que pareça, por mais entraves que porventura tendam a se fazer presentes, aquele professor engajado, aquele que realmente acredita que pode fazer de alguns momentos breves seu fértil recanto de labor, de determinação, certamente verá toda essa situação com outros olhos. Sim, com olhos de quem realmente crê que esse protagonista, que lá à frente se encontra todos os dias, tem o poder de mudar os caminhos, os rumos desse cenário e fazer com que os personagens atuem de forma plena e deem mais vitalidade a esse enredo cujo desfecho culmina tão somente para o progresso, para a conquista de novos ideais, novos caminhos, novos horizontes. Como se vê, tais considerações, uma vez retratadas bem ao gosto dos elementos do texto narrativo, embasam e fortalecem de forma preponderante a discussão  que ora nos propomos  a travar, abordando acerca das diferentes óticas, das múltiplas interpretações que podem ser atribuídas à leitura literária, sobretudo aquela que se materializa por meio do estilo prosaico, levando em consideração os contos, os romances, novelas, entre outros.

Seguindo essa frente de raciocínio, tendo em vista que seria um tanto quanto descabido demais descartar a possibilidade de que o gosto pela leitura está sendo algo difícil de ser conquistado, o foco, o intuito maior que se forma frente a uma proposta de leitura é que o interlocutor se sinta cada vez mais preso ao desenrolar dos fatos, interagindo vez por todas com a história lida. Nesse sentido, a proposta da vez é dar vida a este ou aquele personagem (não importando se ele é principal ou secundário), analisando-o sob todas as perspectivas, sobretudo além daquelas materialmente, nitidamente expressas.

Como proposta, nada melhor que apresentar uma coletânea de contos, como os de Machado de Assis, e que, após a escolha, o professor regente determine a formação de grupos na sala de aula, sendo que cada grupo ficará a cargo de ler um conto, num primeiro momento de forma individual e, num segundo, de forma coletiva. Assim, mediante a desenvoltura de tais passos, as expectativas que se formam ao longo deles são, senão, uma discussão coletiva entre todos os membros, colocando em xeque todos os posicionamentos relativos à concepção que se atribui aos personagens, levando em consideração o contexto da narrativa, o comportamento deles durante o desenrolar da trama, entre outras posturas.

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Parece que pendendo por esse viés, caro(a) educador(a), a literatura adquire as nuances que a ela devem ser atribuídas, partindo sempre do pressuposto de que o discurso literário não é compreendido como uno, mas sim, desde que coerente, como múltiplo, o qual se permite à aquisição de várias interpretações. Dessa forma, esse alavancar de opiniões acerca deste ou daquele personagem, justificando as razões de se fazer presente na narrativa, faz conferir ainda mais vivacidade ao enredo. Nesse ínterim, portanto, nada melhor que tornar materializado esse diversificar de opiniões mediante a apresentação de um seminário, cujas oportunidades serão proveitosas para que os grupos se manifestem e se expressem de forma contundente acerca do contato que estabeleceram com a história lida.


Por Vânia Duarte
Graduada em Letras