Os temas sobre o processo de expansão do território dos Estados Unidos da América, a partir do século XIX, constituem fontes muito ricas de serem trabalhadas em sala de aula, principalmente para abordar a construção da identidade americana ou outros assuntos, como o embate entre Lei de Terras X Homestead Act. O tema do Faroeste, que envolve os acontecimentos desse período dos Estados Unidos, é extremamente pertinente por abarcar a construção do imaginário sobre a “marcha para o Oeste”.
Após ministrar aulas e fixar conteúdos como Destino Manifesto e a Lei do Povoamento e o conflito com os povos indígenas, o professor pode, inicialmente, destacar o cenário que se formou no Oeste americano com o processo de povoamento, que ocorreu de forma maciça entre a década de 1860 e a de 1890. Atividades como a mineração, a criação de animais e a agricultura forneceram a estrutura para a formação social no Oeste americano. Elementos como as malhas ferroviárias (para escoamento de produtos), as diligências, os povos indígenas, as grandes planícies e o deserto povoam até hoje o imaginário sobre o “Far West”, isto é, o “Oeste longínquo”.
Tendo destacado esses elementos, o professor pode preparar uma aula só para abordar como esse tema passou a integrar as produções culturais dos EUA no século XX. A maior tradição de entretenimento cultural que abordou o Oeste foi o gênero do cinema western, isto é, uma modalidade de filmes que se passavam em ambientações como as descritas no parágrafo anterior. A trama dos filmes western ou, como foi adaptado no Brasil, Faroeste, geralmente dá enfase a acontecimentos como o assalto a diligências, explosões de estradas de ferro, conflitos com povos indígenas, duelos entre homens “fora da lei, etc.
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O professor poderia montar alguns teasers de filmes clássicos do Faroeste e, enquanto fosse exibindo na aula, explicar aos alunos os elementos de ambientação, o contexto e os esteriótipos mais abordados. Dependendo da faixa etária dos alunos, seria interessante pegar como exemplo algum episódio do desenho animado Pica Pau, já que ele é também ambientado no Oeste e possui todos os esteriótipos do Faroeste, desde o índio e o xerife até o bandido, o deserto e a estrada de ferro.
Se o professor tiver condições de fazer uma aula interdisciplinar com o professor de literatura, seria interessante propor aos alunos (exclusivamente no ensino médio) a leitura do romance Meridiano de Sangue (Blood Meridian), do americano Cormac McCarthy, que explora de forma profunda o impacto que a marcha para o Oeste teve para a história de seu país.
Ao final, poderia ser aplicada uma atividade, uma pequena redação talvez, aos discentes que tivesse o propósito de fazê-los refletir sobre como o imaginário histórico de uma nação pode ser construído a partir da gestão da memória de um período determinado. Gestão essa feita a partir de artefatos culturais, como o cinema e a literatura.
Por Me. Cláudio Fernandes