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O filme Wall-e

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Wall-e, personagem principal do filme de mesmo nome.
Wall-e, personagem principal do filme de mesmo nome.

Wall-e (2008) é uma animação da Disney e da Pixar, de 97 minutos. Esse filme, cujo roteiro e direção foram feitos por Andrew Stanton, aborda vários aspectos interessantes que podem ser trabalhados em sala de aula, nas diversas séries do Ensino Fundamental e Médio.

O filme se inicia no ano de 2700, tendo como cenário principal o nosso planeta, basicamente desabitado. Ele se apresenta como um grande depósito de lixo, no qual o personagem principal do filme, Wall-e (Waste Allocation Load Lifters - Earth – Levantador de Carga para Alocação de Lixo – Classe 'Terra'), trabalha para compactar e organizar todo esse entulho, sozinho, uma vez que seus companheiros de profissão já se encontram estragados. Assim, ele e sua barata de estimação são os únicos habitantes daquele planeta cinzento.

Wall-e, assim como outros robôs, foram enviados para a Terra pela empresa BNL para executar esse serviço. Enquanto isso, os seres humanos se protegem de toda a toxidez de nosso planeta na estação espacial Axiom. O plano era que ficassem somente por cinco anos ali, esperando a conclusão de tal trabalho para retornarem ao nosso planeta; mas acabam ficando por aproximadamente 700 anos. Para verificar se a Terra já está habitável, a empresa envia robôs para lá, sendo um deles a Eva (Examinadora de Vegetação Alienígena), que se apaixonará pelo personagem principal (e vice-versa).

Percebemos, ao longo do filme, que os seres humanos que estão a bordo da estação espacial estão tão acomodados que são incapazes de se levantar sozinhos, ou de se locomover sem auxílio de aparelhos especiais para tal. Bastante rechonchudos, gastam seu tempo basicamente comendo, fazendo com que os robôs executem seus desejos mais banais. Além disso, vivem envoltos por uma tela que projeta imagens, deixando-os tão passivos que se tornam incapazes de reconhecer e analisar o mundo à sua volta – e também de se relacionar com as outras pessoas. Seus antepassados foram incapazes de lutar pelo planeta, deixando-o para trás, cheio de entulhos, para continuarem suas vidas preguiçosas e contaminadas pela inércia.

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Assim, esse filme, extremamente criativo e cativante, ao mesmo tempo em que mostra o romantismo entre os dois referidos robôs, fornece diversos pontos relativos à questão do lixo que podem ser discutidos, mas vai mais além ao mostrar outras facetas do consumismo e facilidades da vida moderna, tais como a alienação, comodismo, preguiça e problemas de saúde. Com certeza é um material muito rico para diversas atividades relacionadas ao ambiente escolar, que podem ser conduzidas pelos mais diferentes educadores, que devem sempre tentar alertar quanto à responsabilidade de cada um, e quanto ao que pode ser feito, buscando ações concretas e coerentes.
 

Alguns pontos que podem ser trabalhados:
 

- A responsabilidade que cada um deveria ter em relação aos resíduos que produz;

- A mania que temos de responsabilizar os outros pelo encaminhamento de nossos resíduos;

- Refletir, a partir do filme, qual a atitude mais coerente: um consumo mais responsável, ou permanecer no mesmo ritmo de consumo, encaminhando o lixo para reciclagem? (Sugestão de leitura adicional: “Três erres” e mais alguns, do Brasil Escola);

- Quão real o filme pode ser em relação ao futuro da Terra e da humanidade;

- Os problemas do sedentarismo;

- Até que ponto as inovações tecnológicas podem ser vantajosas, e a partir de que ponto se torna um malefício;

- O problema da “preguiça de pensar”;

- Como impedir que algo parecido aconteça com o nosso planeta;

- Conceito de desenvolvimento sustentável.
 

Por Mariana Araguaia
Bióloga, especialista em Educação Ambiental
Equipe Brasil Escola