Ao professor do século XXI cabe o papel inconteste de lidar com a tecnologia dentro da sala de aula. Tal tarefa implica dois problemas: 1) saber articular a cultura da era cibernética, na qual boa parte dos alunos está imersa desde a primeira infância, com o conhecimento especializado que o professor obteve em sua formação acadêmica; 2) saber os limites e as possibilidades do uso de artefatos tecnológicos dentro da sala de aula.
Grande parte das crianças e adolescentes atualmente tem acesso à internet por meio de dispositivos variados, seja um computador pessoal (PC), um notebook, um tablet ou um celular. Esse acesso, muitas vezes desregrado e sem a orientação devida por parte dos pais e demais responsáveis, faz com que essas crianças e jovens obtenham uma quantidade muito grande de informações sem, no entanto, conseguirem reter quase nada delas. Além disso, essa interação muito grande com a tecnologia produz também uma fadiga que, por vezes, impede a interação com outros veículos de aprendizagem, como os livros em formato impresso.
Sendo assim, um dos problemas centrais com relação ao uso da tecnologia é o fato de que o acesso às informações via internet não passa por uma filtragem segura. Somente o professor, com seu conhecimento especializado, pode fornecer essa “filtragem” ao aluno. Para tanto, o próprio professor precisa estar inteirado sobre conteúdos escolares – seja no formato textual ou multimídia –, bem como sobre sites que forneçam bons entretenimentos que estimulem a criatividade dos alunos.
As ferramentas pedagógicas tradicionais, como o quadro-negro, o giz (ou pincel) e o livro didático (ou apostila) continuam, em boa parte das escolas, sendo empregados de forma conjunta com novas ferramentas, como televisores, aparelhos de DVD e computador com acesso à internet e com o recurso do data-show – todos operados pelo professor. Em casos mais específicos e menos frequentes, há a disponibilização de notebooks ou tablets para cada um dos alunos na sala de aula. De toda forma, o uso dessas tecnologias só se torna plausível se houver uma capacidade de coordenação por parte do professor.
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O professor deve saber aliar os seus conhecimentos acadêmicos com o conhecimento que tem do que há de útil na internet e, a partir disso, orientar seus alunos. Um bom exercício que pode ser feito em sala de aula, se houver a disponibilização do acesso à internet, é ensinar os alunos a operarem os sites de busca. Isso pode ser feito a partir do emprego de palavras-chaves que já funcionam como filtro para um tema específico. Após a busca, o professor pode selecionar três ou quatro sites e, de forma criteriosa, explicar por que um é mais confiável que o outro. Nessa explicação, claro, deve-se esmiuçar as noções de fonte (fonte primária ou secundária) e de credibilidade do site (se é um blog apenas, se é a página de um jornal importante, se é um site especializado – de alguma universidade, etc.).
Outro exercício importante seria dar aos alunos a oportunidade de expor suas dúvidas com relação aos entretenimentos virtuais, aos quais dedicam tanto tempo. As redes sociais e os videogames são os exemplos mais notórios. O professor poderia organizar um debate com os alunos e ponderar as opiniões acerca dessas duas formas de entretenimento, ressaltando os seus benefícios e os seus perigos.
Por Me. Claúdio Fernandes