Entre os vários recursos que pais e professores dispõem atualmente para aplicar à educação e à formação dos alunos/filhos, os vídeos e/ou documentários educativos figuram entre os mais utilizados. O acesso que se tem a esse tipo de material é razoavelmente fácil, independentemente da classe ou grupo social ao qual pertence o aluno. Uma criança ou adolescente pode assistir a esse tipo de vídeo pela televisão, seja em canais abertos e públicos, como a TV Cultura, seja em canais fechados e privados, como o Discovery Channel e History (antigo History Channel). Além disso, o mesmo material que esses canais produzem também pode ser acessado pela internet, quando é disponibilizado em sites como o Youtube. A pergunta que fica é: mas o que há de bom e o que há de nocivo na utilização desse tipo de recurso?
Pois bem, no caso dos documentários especializados, como aqueles produzidos pelos canais citados acima, há muita credibilidade envolvida na sua produção. O canal History, por exemplo, possui documentários que contam com equipes muito bem preparadas para operarem a reconstrução histórica em vídeos de civilizações antigas ou de aspectos de outros períodos históricos. Entre os membros das equipes, geralmente, estão grupos de historiadores profissionais renomados que atuam como conselheiros e, não raro, concedem entrevistas elucidativas para compor a narrativa documentária. O mesmo ocorre com o Discovery Channel, que conta com a participação de biólogos, geólogos, oceanógrafos, astrônomos etc. Nesse caso, a confiabilidade das produções acaba referendando a utilização desses vídeos na aprendizagem educacional.
Entretanto, os professores e, principalmente, os pais devem estar atentos para o fato básico de que em hipótese alguma o vídeo educativo e informativo deve transformar-se em um substituto integral de outros meios formativos substanciais, como a leitura. A leitura é e sempre será indispensável para uma boa formação, pois desperta a imaginação e a sensibilidade para problemas que vão muito além do conhecimento científico e disciplinar/escolar, sobretudo o tipo de leitura que exige a formação humanística (para mais detalhes sobre esse tipo de formação, consultar este link ). Desse modo, o vídeo educativo atua como suporte, como ferramenta auxiliar importante para a formação. Deve-se, sim, estimular o interesse dos filhos para documentários, mas sempre ficando atento à credibilidade da produção e de sua utilidade educacional.
Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)
Há exemplos muito comuns de vídeos assistidos com propósito educativo que são exclusivamente (ou quase) produzidos para a internet. É o caso das videoaulas, isto é, um tipo específico de produção audiovisual que atende à demanda dos currículos escolares e às demandas de vestibulares. A videoaula possui uma estrutura que emula a aula propriamente dita, isto é, aquela dada em sala, nos colégios. Nesse sentido, o aluno sente-se mais cômodo em repassar o conteúdo aprendido por meio da videoaula, visto que ele possui a opção patente de pausar o vídeo, fazer anotações e retomar a explicação quando quiser. Como a produção de videoaulas é quase que exclusivamente voltada para a internet, nem sempre as equipes e a produção são de boa qualidade. Do mesmo modo que os vídeos educativos e documentários especializados precisam passar por um critério avaliativo por parte de professores e pais, as videoaulas também precisam, e com cuidado em dobro.
Vale ressaltar que a videoaula também não substitui a aula presencial, já que nesta o aluno tem a possibilidade de interrogar o professor no momento em que a dúvida aparece. Também é na aula presencial que os alunos acompanham o desenvolvimento do conteúdo e ajustam-se à relação com o mestre e seus respectivos métodos. Aos pais cabe a tarefa de procurar informações sobre esses recursos e saber administrá-los no processo formativo de seus filhos.
Por Me. Cláudio Fernandes