Nas últimas décadas, as escolas vêm tentando melhorar suas relações com as famílias e comunidade, propondo que os mesmos participem mais da vida escolar de seus filhos.
Mas com a correria do dia a dia é muito difícil conseguir que os pais dispensem um tempo para participarem das reuniões escolares, que na maioria das vezes não conseguem reunir ao menos trinta participantes.
Para melhorar a integração das famílias com a escola é necessário que os pais sintam-se atraídos, além das reuniões não poderem ser realizadas em horários comerciais. Esses são os primeiros passos.
Mas as famílias se envolvem com a educação dos filhos a partir do momento em que a escola abre espaço para isso, através de discussões acerca de seu projeto político pedagógico, a fim de compartilhar as informações que cabem aos pais, sobre o processo educativo, os projetos que serão trabalhados ao longo do semestre ou ano letivo, onde se valoriza a participação dos mesmos na vida escolar.
A rotina da escola também deve ser valorizada e mostrada para os pais. Os horários de acesso às salas de aula, bem como para conversar com os professores e coordenação pedagógica devem ficar bem delimitados, a fim de que os pais não entrem no meio das atividades, o que pode atrapalhar o andamento das mesmas.
As linguagens utilizadas na instituição devem ser valorizadas. Se a escola ou o projeto trabalhado valoriza momentos de brincadeira, atividades lúdicas, filmes, teatros, dentre outros, os pais devem tomar ciência disso, pois caso contrário podem achar que a escola não está levando o ensino a sério, deixando os alunos ociosos, o que não é verdade.
Recursos e materiais pedagógicos devem ser valorizados pela instituição, onde servem como instrumento de se propor diferentes aprendizagens. Os pais sentem-se mais seguros quando são comunicados dos materiais e recursos que a escola possui ou adquiriu.
As reuniões devem ser planejadas com antecedência, dispostas no calendário anual da instituição, para que os pais se programem, organizem suas vidas e seus horários, podendo participar das mesmas com maior frequência.
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Um problema comum nas escolas é a falta de comunicação com os pais, buscando uma sintonia dos mesmos com a instituição e com os professores. Muitos avisos são dados de última hora, o que prejudica os alunos. Os canais de comunicação entre escola e família devem estar abertos, seja em cartazes dispostos no pátio, na porta da sala ou através das agendas de recados. Um telefonema também pode proporcionar grandes conquistas para a escola e, consequentemente para o processo educativo.
Críticas e sugestões devem ser sempre ouvidas e aceitas. Os pais sentem-se seguros quando a direção ou coordenação da escola compartilha as ideias, mesmo que as mesmas não sejam acatadas. É uma forma democrática e respeitosa de se trabalhar.
Em determinados momentos, a escola pode aproveitar as diversas profissões dos pais e seus saberes para que os mesmos participem ativamente das aulas. Um pai promotor de justiça pode discutir com um grupo de alunos sobre segurança, direitos e deveres dos cidadãos, mudando a dinâmica de aprendizagem da instituição. Já um pai chefe de cozinha pode participar de uma aula prática de culinária, onde o professor trabalhe alguns conceitos matemáticos.
Mostrar e delimitar bem as funções de cada profissional da instituição também é uma maneira de valorizar a capacitação de cada membro da escola. Além disso, consegue-se maior colaboração dos pais com cada área da escola e também com os diferentes profissionais que ali se encontram.
Falar da avaliação é o fundamental. A escola deve compartilhar as diversas maneiras pelas quais as crianças ou adolescentes serão avaliados, a fim de dar ciência aos pais, mas também de que os mesmos participem desse processo, orientando seus filhos. Fazer portfólios e deixá-los expostos é uma excelente forma de mostrar como as atividades estão caminhando, se estão dando certo ou não, obtendo o sucesso desejado.
Com isso, as escolas conseguem envolver mais os pais no processo educativo, tornando-os com uma participação mais ativa e colaboradora para a instituição.
Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola