Sabemos que, por ser um evento de grande magnitude, realizado periodicamente de quatro em quatro anos, as Olimpíadas possuem uma visibilidade muito grande internacionalmente. Essa característica já é suficiente para o professor de história programar diversas aulas e atividades relacionadas a temas sobre esse evento. A própria origem dos Jogos Olímpicos na Grécia Antiga pode ser muito bem explorada pelo professor de história, bem como o resgate moderno desses jogos operado no fim do século XIX. Selecionamos esses e mais alguns outros pontos que consideramos relevantes para abordagem em sala de aula.
O primeiro ponto que pode ser explorado pelo professor de história é a questão da origem dos Jogos Olímpicos. Esse tema pode ser encaixado nas aulas sobre Grécia Antiga. Sabemos que as Olimpíadas tiveram origem na cidade de Olímpia, na Grécia Antiga, e que os jogos tinham um forte vínculo religioso e eram dedicados a Zeus, o principal deus do Olimpo.
O objetivo das Olimpíadas era promover trégua entre cidades-estado rivais por meio de jogos esportivos. Mitologicamente, a origem das Olimpíadas era explicada pelos gregos a partir de um dos trabalhos que Hércules teve de executar: a limpeza dos estábulos de um rei. Mais informações sobre isso podem ser colhidas aqui. Se o professor quiser optar por estender a abordagem do tema para quais modalidades dos jogos eram praticadas na Grécia, ele pode encontrar uma dica só sobre isso clicando aqui. Uma curiosidade que pode ser também explorada é a questão das Fraudes Olímpicas no contexto da época.
As Olimpíadas como conhecemos hoje foram retomadas na década de 1890 por um aristocrata suíço chamado Pierre de Fredy, mais conhecido como Barão de Coubertin. Essa informação também é importante para se compreender a história dos Jogos Olímpicos e pode muito bem ser explorada em sala de aula. O momento ideal para isso é quando houver a abordagem sobre os conteúdos referentes à formação do nacionalismo e do imperialismo no século XIX.
Outro ponto importante que pode ser abordo é a questão do uso das Olimpíadas pelo nazismo em 1936. Sabemos que uma das principais ferramentas de controle e imposição política utilizadas pelo regime de Adolf Hitler era a propaganda. O cinema e o rádio eram veículos bastante eficazes para esse fim, mas o esporte também era. Eventuais vitórias em larga escala dos atletas alemães mostrariam ao mundo a superioridade da raça branca, segundo o nazismo. Quando for dar aula a respeito dos Regimes Totalitários e, em especial, sobre o Nazismo, o professor pode incluir esse tema das Olimpíadas de 1936, ocorridas em Berlim, e trabalhar a questão do racismo (à época vigente tanto entre os nazistas quanto entre muitos estados dos Estados Unidos) a partir da figura do velocista negro estadunidense Jesse Owens. Há uma dica de aula específica sobre isso aqui.
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Jesse Owens, velocista negro estadunidense que disputou as Olimpíadas de Berlim em 1936 *
É importante ressaltar que os Jogos Olímpicos não foram usados como propaganda só pelo regime nazista. Durante a Guerra Fria, as principais potências antagônicas, União Soviética e Estados Unidos, também disputavam, por meio do desempenho de seus respectivos atletas, a atenção mundial via veículos de comunicação de massa, principalmente a televisão – que ainda não existia na época do nazismo. Tudo isso pode também compor o conteúdo de aulas relacionadas ao período da Guerra Fria.
Por último, outro tema que pode ser amplamente explorado nas aulas de história, relativas às Olimpíadas, é o terrorismo. Por duas vezes houve práticas terroristas nas cidades em que estavam sendo realizados os Jogos Olímpicos de Verão.
A primeira ocorreu em 1972, em Munique, Alemanha. Um grupo de terroristas palestinos sequestrou membros da delegação israelense. O sequestro terminou em um massacre, cujos detalhes podem ser vistos aqui. A segunda ocorreu em Atlanta, nos EUA, em 1996, no parque público chamado Centennial Olympic Park, que ficava próximo à vila olímpica onde estavam hospedados os atletas. O ataque foi promovido por um cidadão americano chamado Eric Robrt Rudolph, motivado por convicções pessoais sectárias a respeito do aborto, da homossexualidade, do multiculturalismo, entre outras coisas. Duas pessoas morreram e mais de cem ficaram feridas.
* Créditos da imagem: neftali / Shutterstock.com
Por Me. Cláudio Fernandes