Antes de conhecer as estratégias práticas para o ensino de polímeros que este texto propõe, é importante relembrar alguns princípios básicos sobre essa importante classe de materiais para o ser humano.
Os polímeros são macromoléculas formadas a partir da união de vários monômeros. Veja um exemplo de fórmula estrutural do polímero polietileno:
Fórmula estrutural do polietileno
Como é possível perceber, a fórmula estrutural do polietileno apresenta a união de monômeros de etileno. Para isso, a ligação pi existente no monômero etileno foi rompida, como na demonstração a seguir:
Equação da formação do polímero polietileno
De uma forma geral, os polímeros são classificados em naturais e sintéticos. Veja exemplos:
a) Naturais:
b) Sintéticos
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Polietileno;
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Cloreto de polivinila;
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Polipropileno;
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Teflon;
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Poliacetato de vinila;
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Poliacrilnitrila;
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Poliestireno;
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Kevlar;
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Baquelite;
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Buna-n e buna-s.
Estratégias práticas para o ensino de Polímeros
O objetivo deste texto é propor ao educador algumas estratégias práticas para o ensino de polímeros para que o estudante seja capaz de compreender de forma prática as características desses materiais.
Neste texto, propomos a identificação de um polímero natural e a utilização de um polímero sintético para produzir uma “geleca”. Educador, antes de iniciar a atividade prática, é fundamental trabalhar os conceitos de polímeros sintéticos e naturais com os estudantes.
1) Identificação de um polímero natural
O polímero natural a ser identificado é o carboidrato amido, o qual é formado por monossacarídeos chamados de glicose. Para realizar a identificação, vamos utilizar os seguintes materiais:
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Estante para tubo de ensaio;
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6 tubos de ensaio;
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Solução de iodo;
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Pedaços de pão;
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Macarrão em pedaços bem pequenos;
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Pedaços de batata;
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Pedaços pequenos de maçã;
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Pedaços pequenos de abacaxi;
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Pedaços pequenos de pera;
Para realizar o experimento, basta seguir o procedimento:
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Colocar os pedaços de cada um dos alimentos em tubos de ensaio diferentes;
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Em seguida, gotejar, por meio de um conta-gotas (pelo menos seis gotas), a solução de iodo sobre cada tipo de alimento;
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Observar o que acontece.
A explicação sobre o experimento é um pouco complexa, mas muito importante. O amido é formado por dois polímeros diferentes, a amilose e a amilopectina. Ambas sofrem uma reação de complexação com o iodo, o que resulta na mudança de coloração:
Fórmula estrutural da amilose
Fórmula estrutural da amilopectina
Assim, quando gotejamos iodo sobre um alimento e a cor resultante é roxa, isso indica a presença da mistura amilose e amilopectina, já que a combinação das cores azul e vermelho resulta na cor roxa.
2) Produção de geleca a partir de um polímero sintético
O polímero sintético a ser utilizado é um plástico (PVA) denominado de acetato de polivinila. Ele é muito utilizado na produção de colas brancas e isopor. Para desenvolver a “geleca”, os materiais necessários são:
O procedimento a ser seguido para a produção do plástico é bem simples:
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Colocar o bicarbonato em um recipiente, como um cadinho ou copo descartável, para facilitar a sua retirada;
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Colocar 50 mL de água boricada em um béquer;
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Adicionar bicarbonato de sódio na água boricada contida no béquer e misturar bastante. Essa adição e mistura de bicarbonato de sódio deve ser feita até que não sejam produzidas bolhas na água boricada;
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Adicionar todo o conteúdo de um tubo de cola de isopor no béquer com a água boricada e o bicarbonato de sódio;
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Adicionar algumas gotas do corante alimentício para dar cor ao material produzido;
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Mexer bastante com o auxílio de uma colher ou baqueta.
Conclusão e explicação
Quando misturamos bicarbonato de sódio com a água boricada, ocorre a seguinte reação química:
H3BO3 + NaHCO3 → Na3BO3 + H2CO3
Na reação, foram formados borato de sódio (Na3BO3) e o ácido carbônico, que é instável e decompõe-se em água e CO2. Por isso, vemos a formação de bolhas na água do béquer. A presença do borato de sódio é fundamental porque ele reagirá com a cola de isopor, que apresenta o polímero acetato de polivinila, cuja estrutura é:
Fórmula estrutural do acetato de polivinila
Quando o borato de sódio está presente na mesma solução que o acetato de polivinila, são originadas cadeias tridimensionais que interagem com as moléculas de água e resultam em um gel. Nesse gel, temos um cruzamento entre as cadeias do polímero acetato de polivinila. O borato de sódio dá origem a pontes que unem as cadeias do acetato de polivinila, formando uma rede entre elas, o que resulta em um material extremamente viscoso e distensível. Quanto maior a quantidade de borato, mais redes formam-se e a estrutura passa a se tornar cada vez mais rígida.
Por Me. Diogo Lopes Dias