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O debate conduzindo à escrita do texto argumentativo

O texto argumentativo resulta de uma modalidade em que argumentos são imprescindíveis, podendo ser eles conquistados por meio de um debate.
O debate atua como subsídio para a construção de argumentos para o texto dissertativo
O debate atua como subsídio para a construção de argumentos para o texto dissertativo
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Preparar o aluno para exercitar as habilidades apreendidas no tocante à modalidade escrita da linguagem; preparar o futuro candidato para que ele possa obter o sucesso esperado no processo seletivo do vestibular, enfim, tais procedimentos metodológicos parecem não fugir nunca à regra quando a regência em sala diz respeito ao professor de Redação. Nesse ínterim, falando no quase fatídico momento da produção textual cobrada nos vestibulares de uma forma geral, é importante desmitificar a ideia de que a tríade narração - descrição e dissertação é a base dos requisitos priorizados pela comissão organizadora da prova de redação, uma vez que tal concepção está ultrapassada, obsoleta.

Tal afirmação se torna consistente ao passo que quando nos remetemos aos gêneros textuais focados nesse universo, chegamos à conclusão de que distintos podem ser eles, haja vista que quando materializados, resultam nas diferentes circunstâncias de comunicação com as quais convivemos e das quais fazemos parte cotidianamente. Assim, pautada nessa realidade, educador(a) amigo(a), espera-se que sua prática docente faça a diferença no sentido de tornar fértil  todo o conhecimento de que precisa esse alunado para conhecer a estrutura e as características linguísticas que compõem essa multiplicidade de gêneros. Não obstante, associada a esta habilidade, encontra-se outra, de igual importância e de igual teor didático: o fato de os aprendizes tomarem consciência de que todo e qualquer processo comunicativo, independente do gênero a que pertença, encontra-se atrelado a alguns pressupostos  demarcados pelos seguintes aspectos: por que escrever; para quem escrever e como escrever.

Partindo de tal prerrogativa, surge uma intensa necessidade, até mesmo pelo culto à  sensação do dever cumprido, de incutir (no bom sentido, obviamente) nos aprendizes a consciência de que distintos são os gêneros, porém, todos eles partem das chamadas modalidades textuais, consideradas as bases de sustentação para toda e qualquer finalidade discursiva a que se propõe o emissor mediante aquilo que pretende atingir em outrem. Nesse sentido, como uma dessas modalidades se caracteriza pela dissertação, bem como é a partir dela que focamos essa proveitosa discussão, achamos por bem levar até você algumas sugestões de práticas de sala de aula voltadas para a aquisição de tais posicionamentos, e como não poderia deixar de ser, também retrataremos acerca do debate, no sentido de permitir que os alunos se posicionem criticamente frente a um determinado assunto e, posteriormente, adquiram  habilidades necessárias para a construção de um texto argumentativo.

Sabido é que um dos principais meios para a conquista de argumentos é a informação acerca de assuntos voltados para a realidade circundante, ou seja, para os fatos que norteiam a sociedade como um todo. Entretanto, e de forma pesarosa, afirma-se que as prioridades estabelecidas pelos aprendizes não são bem essas, dada a condição de viverem, em sua grande maioria, bitolados num mundo que lhes é próprio. Mas, enfim, acreditamos que reunindo forças, o professor se torna capaz de captar, nem que seja de uma pequena parcela, o modo como os alunos veem, a forma como se posicionam criticamente frente a um determinado assunto, por mais leigo que ele se mostre. Dessa forma, sugerimos para o debate alguns temas passíveis de uma frutífera discussão, haja vista que, por serem polêmicos, suscitam argumentos e contra-argumentos por parte de todos os participantes. Eis algumas das sugestões:

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* Será que a mulher, hoje em dia inserida no meio social, já conquistou de forma plena o espaço dela?

* A redução da maioridade penal, de 18 para 16 anos de idade, reduziria os altos índices de criminalidade praticada por menores infratores?

* Os jovens atualmente têm dificuldade de escolher um futuro profissional?

* O mundo moderno caminha para a sua própria destruição?

* Determinados programas de televisão contribuem realmente para o aprimoramento cultural dos telespectadores?

* Adolescentes com idade inferior a 16 anos possuem capacidade para dirigir, embora a lei aqui no Brasil não permita tal prática?

* Lei de cotas: benefício ou indução do próprio preconceito?

* Seria realmente necessária a construção de escolas públicas em tempo integral?

Esgotados todos os posicionamentos firmados pelos participantes, consistentes ou não, o educador deverá fazer algumas pontuações, entre elas, o fato de que em um texto de opinião devem prevalecer o uso da terceira pessoa do singular e a objetividade por parte do enunciador, haja vista que sentimentos, conversas com o leitor, conselhos individuais são atitudes tomadas que descaracterizam o texto em pauta. Portanto, cabe pontuar que os argumentos devem ser consistentes, pautados em fatos concretos, dados estatísticos, alusão a fatos históricos, enfim, informações não retiradas do além, do sobrenatural, mas sólidas, concretas.

Materializadas tais pontuações, é chegado o momento para a escrita do texto dissertativo propriamente dito. Dessa forma, como se trata de um conquistar de habilidades cujo investimento se apresenta como sendo em longo prazo, o educador poderá requisitar apenas dois parágrafos argumentativos, tendo como suporte as ideias antes discutidas no debate.


Por Vânia Duarte
Graduada em Letras