A aula experimental é um recurso pedagógico muito importante que pode auxiliar na formação de conceitos por parte dos alunos. Mas, a forma com que o professor conduz essas aulas é muito importante. A técnica mais utilizada pelos professores de química ao aplicarem atividades assim é a de seguir um “roteiro” ou “receita” que já determina cada passo a ser seguido pelos alunos para chegar ao resultado final.
Nesta proposta de aula experimental, porém, você verá que o aluno se colocará no lugar do químico. Será necessário que ele exercite o raciocínio, o questionamento, a habilidade de investigar, de manipular, de comunicar e que relembre os conceitos estudados e as técnicas apresentadas anteriormente em sala de aula pelo professor, como os conteúdos de propriedades das substâncias e métodos de separação de misturas.
Lembre-se, professor, de que seu papel é muito importante, a forma com que você conduz a aula deve colocar o aluno de frente com a situação-problema, de modo que ele se sinta envolvido por ela e que queira resolvê-la. Além disso, deve ter uma abordagem contextualizada, relacionando o conteúdo a ser discutido com fatos cotidianos.
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Aula experimental proposta:
Essa aula experimental deve ser realizada num laboratório que disponha de materiais adequados para a sua realização. Essa atividade constitui-se basicamente em entregar para cada grupo (de no máximo três alunos) uma mistura diferente, que seja heterogênea e que tenha duas fases líquidas. Os alunos terão a tarefa de atuarem como químicos, precisando descobrir quais são os componentes presentes na mistura recebida.
O professor deve orientar e prover a assistência necessária para os alunos, sem dar a sua opinião ou dizer diretamente a solução para a situação-problema. Dessa forma, os conceitos serão debatidos e dialogados no desenrolar da atividade.
Inicialmente, o professor deve fornecer explicações relacionadas ao conteúdo e aos procedimentos que serão necessários para a realização da atividade. Por exemplo, deve-se apresentar aos alunos o fato de que o químico busca identificar as substâncias presentes em determinadas misturas por meio do estudo de suas propriedades. A partir daí, ele seleciona o método mais adequado para separá-las ou ele pode fazer o processo inverso: primeiro separa os componentes e depois identifica a composição da mistura.
Quanto aos procedimentos experimentais que o professor deve dar suporte aos alunos, está incluído o envolvimento, conhecimento e contato com os equipamentos, vidrarias e outras técnicas básicas de laboratório. Por exemplo, eles precisarão saber determinar a densidade dos componentes da mistura para poder identificá-los por meio da utilização de um densímetro, também será necessária a utilização de termômetros para medir a temperatura de fusão e de ebulição, a utilização de equipamentos para uma destilação, filtração ou outro método de separação.
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O professor deve então entregar algum texto com informações necessárias para a resolução do problema e que, sem elas, os alunos provavelmente não teriam condições de propor um procedimento coerente para resolvê-lo, por exemplo, uma tabela com diversas substâncias e suas propriedades, como densidade e pontos de fusão e ebulição.
Além disso, o texto deve falar sobre as substâncias presentes nas diferentes misturas que serão entregues aos alunos, como essas substâncias apresentam-se no cotidiano, suas aplicações, importâncias, enfim. Outro fator importante é que o texto tem que levar a discussões que culminem na proposição da situação-problema.
Depois de lerem o texto e receberem as misturas, os alunos deverão discutir como irão proceder para solucionar a questão levantada.
O professor pode fazer as seguintes indagações aos alunos para auxiliá-los no processo:
1. Fale para pensarem em como eles poderiam separar os componentes dessas misturas. Diga para fazerem um esquema, utilizando os métodos de separação de misturas estudados e quais eles podem usar;
2. Depois de separados e determinadas as propriedades dos materiais, diga que eles anotem os dados obtidos e relacionem com o texto dado (incluindo a tabela) para descobrir os componentes da mistura;
3. Peça para dizerem, baseados nos pontos de fusão e de ebulição que encontraram, se as partes que eles separaram são substâncias puras ou ainda correspondem a misturas. Isso será visto da seguinte forma: se os valores dos pontos de ebulição e de fusão forem constantes, trata-se de uma substância, mas se eles se encontrarem entre intervalos de tempo, ou seja, se os pontos de ebulição e de fusão forem variáveis, trata-se de uma mistura.
4- Se ainda for uma mistura, peça para que usem outra técnica de separação de misturas e depois identifiquem as propriedades físicas dos componentes obtidos;
5- Os alunos deverão então falar quais foram cada um dos componentes da mistura recebida e se os processos utilizados para separá-los foram físicos ou químicos.
É importante pedir um relatório individual da atividade realizada para a fixação da aprendizagem.
Por Jennifer Fogaça
Graduada em Química