Os anos passam e, com eles, uma nova série, outra e mais outra... e assim sucessivamente. Passar de ano denota obtenção de bons resultados, de conquistas alcançadas, de aprendizados, acima de tudo, “apreendidos”. Essa sucessão de fatos implica, sobretudo, na aplicação de novos conteúdos, novos aprendizados, novas descobertas.
No entanto, nesse ínterim, um agravante parece emergir de forma significativa, o que acaba se tornando um entrave na vida do educador no que tange ao andamento das aulas, ao cumprimento do programa anual, uma vez planejado assim que se iniciam as atividades de um ano letivo. Tal referência se aplica ao fato de os alunos não trazerem consigo a bagagem de conhecimento necessária para novas aprendizagens, ou seja, na medida em que avançam em relação às series cursadas, tudo aquilo que aprenderam não ficou registrado. Assim, ao surgir uma determinada pergunta, o professor se coloca na condição de frustrado, ao detectar que todos aqueles conteúdos que ele mesmo (não raras as vezes isso ocorre) ministrou já se tornou esquecido, banalizado pelos educandos.
O fato é que em se tratando, aqui de forma específica, dos assuntos relacionados à Língua Portuguesa, todos eles aparecem entrelaçados entre si, ou seja, torna-se necessário retomar alguns conceitos, de forma a fazer que o aprendizado dos novos conteúdos se efetive de forma plausível. Nesse sentido, tendo em vista essa realidade inquestionável, procuramos nos ater a algumas tomadas de atitude, cujo intuito se resume exatamente na mudança desse quadro. Dessa forma, elegemos uma das ocorrências linguísticas, digamos assim, de uma notória complexidade - demarcada pela regência verbal. Quando se fala sobre ela, assim como muitas outras, o interesse não é um dos mais despertados possíveis, justamente pelo fato de que as regras são muitas, as exceções insistem em persistir, e o estigma atribuído à língua? Ah! Esse parece cada vez mais evidenciado.
Assim, voltando à questão da retomada de conceitos, pergunta-se: Como haverá aprendizado da regência verbal se os alunos já se esqueceram dos pressupostos que norteiam a predicação verbal e já não mais se recordam daqueles que nutrem o uso das preposições? E o que é pior:acreditam nunca precisar de tais pressupostos, pois a linguagem escrita para muitos deles não revela uma circunstância prioritária.
Com base nesses pressupostos é que você, caro (a) educador (a), pode se sentir frustrado (a) ao se sentir ali na frente relatando informações, tais como:
Fulano namora alguém, não com alguém;
Fulano prefere algo a algo, não algo do que algo;
Fulano assiste alguém, mas ele pode, também, assistir a um filme, a uma plateia, enfim.
São questões e exemplos pertinentes, os quais acabam, em vez de sanar algumas dúvidas, gerando ainda mais questionamentos em muitas “cabecinhas desavisadas”.
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Para tanto, procurando fazer com que a situação se amenize um pouco mais e o aprendizado não se torne assim tão árduo, alguns posicionamentos tendem a revelar a eficácia necessária, tais como:
*Num primeiro momento, proponha uma pesquisa acerca das preposições, enfatizando o conceito e citando exemplos de cada uma delas;
*Com a pesquisa realizada e registrada no caderno, é hora de por em prática os conhecimentos adquiridos. Nesse momento, torna-se de fundamental importância o fato de o educador questionar, arguir sobre o que compreenderam da pesquisa realizada. Muitas vezes, alguns minutinhos a mais (considerados em muitos momentos “perdidos” até, em decorrência do atraso de tempo) acabam fazendo toda a diferença ao final de tudo;
* O próximo passo é sugerir que outra “busca” seja realizada, dessa vez no que se refere à predicação verbal, enfatizando de forma notória os verbos intransitivos, transitivos diretos e transitivos indiretos. Não raro, colocar em prática tudo que se observou é, sem dúvida, “investimento com retorno garantido”;
* Chega-se, pois, o momento da aplicação propriamente dita, ou seja, a aula expositiva sobre a regência verbal. Assim, como ressaltado anteriormente, tudo parece meio confuso ao se encontrar diante de uma quantidade significativa de verbos, os quais em sua grande maioria possuem mais de um sentido. Então, qual é o critério: utilizá-los fazendo uso da preposição ou dispensando-a? Eis a grande questão. Explicações atribuídas a cada caso de forma particular, como mais uma medida, uma consulta ao dicionário tende a resultar em bons frutos, sobretudo quando se procura dar prioridade a alguns elementos, entre eles:
* A abreviação que indica que uma determinada palavra é verbo;
* A abreviação que este verbo é intransitivo ou transitivo;
* A abreviação que introduz a etimologia deste verbo, ou seja, a origem dele;
* A abreviação que mostra o antônimo dele (o verbo), entre outros detalhes.
Numa última instância, até mesmo para promover o incentivo e dinamizar o aprendizado, uma gincana poderá “apetecer” aos muitos gostos gerados no ambiente de sala de aula, bem como satisfazer a algumas expectativas, sedentas, por sua vez, de algo que seduz, que conduz ao estímulo em aprender, que motive e que, sobretudo, fuja um pouco do convencional.
Por Vânia Duarte
Graduada em Letras